Ap�s a bancada do PMDB aprovar a indica��o do deputado federal Eduardo Cunha (RJ) � disputa da Presid�ncia da C�mara em 2015, o PT se articula para encontrar um nome de consenso dentro da legenda e, dessa forma, apoi�-lo numa poss�vel candidatura pr�pria. “� natural que o partido do governo, tendo a maior bancada, e tendo o PMDB no Senado, lance seu pr�prio candidato na C�mara”, disse um ex-l�der do PT na C�mara. A partir das 9h30 de hoje, a bancada petista se re�ne no encontro da Executiva Nacional do partido, em Bras�lia, para tratar do assunto e tamb�m da pauta de balan�o p�s-eleitoral.
Se os pol�ticos eleitos assumirem de fato, visto que sempre h� a possibilidade de serem requisitados para minist�rios ou outros cargos no governo, o PT ter� o maior grupo da C�mara, com 70 deputados, enquanto o PMDB ficar� com 66 parlamentares. J� no Senado, o quadro se inverte. O PT ficar� com 12 parlamentares e o PMDB ter� 18. Diante deste cen�rio, petistas articulam tentar um acordo: o PMDB preside o Senado e a Presid�ncia da C�mara fica com o PT. As discuss�es, por�m, ainda s�o muito preliminares e precisam ser aprofundadas com aliados dos partidos.
Ao lan�ar a candidatura � Presid�ncia da C�mara, Eduardo Cunha ignorou o rod�zio entre PT e PMDB, respeitado desde 2007 para evitar brigas. “A bancada me deu o respaldo de, se assim nos entendermos que o PMDB vai apresentar candidato, seja o meu nome”, disse na quarta-feira ap�s reuni�o com a bancada na C�mara. “N�s entendemos que a Casa neste momento n�o quer uma presid�ncia do PT, n�o quer uma hegemonia de poder com o PT. � isso que eu entendo e est� claro.”
Tradicional pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff, Cunha liderou no in�cio deste ano o bloc�o da oposi��o, formado por deputados descontentes com o Pal�cio do Planalto, que ajudou a viabilizar a CPMI da Petrobras. Ele tamb�m articulou entraves para a aprova��o do texto pretendido pelo governo para o Marco Civil da Internet e da MP dos Portos. Passadas as elei��es, Cunha conquistou ainda mais for�a no Congresso. O apoio dele a financiamentos de campanha de deputados de outros partidos seria uma das raz�es para transform�-lo em temido, inclusive, pelos petistas.
Corrup��o
Outra discuss�o em pauta no Congresso esta semana ser� a an�lise e vota��o do parecer preliminar do relator Paulo Freire (PR-SP) contra o deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), acusado de operar um esquema de corrup��o enquanto chefiava a Secretaria de Assist�ncia Social do Rio desviando recursos de programas sociais. Den�ncias apontam que ele recebia propina de ONGs contratadas para administrar o cadastro �nico das iniciativas da prefeitura.
O Conselho de �tica tamb�m se prepara para instaurar os processos de investiga��es em desfavor dos deputados federais baianos Afonso Florence (PT), Rui Costa (PT) e Nelson Pellegrino (PT). A abertura do processo neste momento dificulta que ele seja encerrado por causa dos prazos que devem ser respeitados. Rui, inclusive, deixa a Casa ano que vem para assumir o governo da Bahia, onde foi eleito. J� o recurso do deputado Andr� Vargas (sem partido-PR) contra sua cassa��o � aguardado para ser analisado pela Comiss�o de Constitui��o e Justi�a e de Cidadania (CCJ) na ter�a-feira.
A Comiss�o Mista de Or�amento tamb�m precisa votar o relat�rio preliminar do senador Vital do R�go (PMDB-PB) ao projeto da Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO). A aprova��o deveria ter ocorrido antes do recesso de julho, mas acabou adiada. No Senado, a CPMI da Petrobras vai analisar os requerimentos que podem ser aprovados nesta semana.
Agenda da semana
Executivo
» A presidente Dilma Rousseff inicia a semana sem agenda oficial. A expectativa � de que ela retome as pautas de discuss�o internas, como a forma��o do novo governo. Nos pr�ximos dias, ela deve se dedicar a defini��o da composi��o dos novos minist�rios, tra�ados a partir de encontros com os aliados.
Legislativo
» Amanh�, o Conselho de �tica da C�mara dos Deputados discute e vota o relat�rio do processo contra o deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ).
» Est�o na pauta da C�mara a Medida Provis�ria 657/14, que reorganiza as carreiras de servidores efetivos da Pol�cia Federal (PF); e o Projeto de Lei 7.735/14, que estabelece regras de acesso ao patrim�nio gen�tico brasileiro.
» Na quarta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), promete levar ao plen�rio da Casa o projeto que altera o indexador da d�vida dos estados de IGP-DI para taxa Selic.
Judici�rio
» Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decide, amanh�, se aceita o pedido de auditoria no segundo turno, registrado pelo PSDB.
» Na ter�a, termina o prazo para os candidatos que n�o disputaram o segundo turno prestarem conta � Justi�a Eleitoral.