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Estado de Minas

Doleiro confirma pagamento a ex-ministra Gleisi Hoffmann


postado em 05/11/2014 08:49 / atualizado em 05/11/2014 09:27

O doleiro Alberto Youssef afirmou em sua dela��o premiada que deu R$ 1 milh�o para a campanha de 2010 da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi eleita senadora naquele ano. Alvo central da Opera��o Lava Jato, o doleiro disse que o valor foi entregue a um empres�rio, dono de shopping em Curitiba (PR), em quatro parcelas: tr�s no centro de compras e outra na casa dele, em um condom�nio de alto padr�o da capital paranaense.

A afirma��o de Youssef confirma o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, tamb�m em dela��o premiada, de que em 2010 recebeu pedido “para ajudar a campanha” de Gleisi. Segundo ele, foi o marido da senadora, o atual ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo, quem fez a solicita��o. Youssef confirmou esse pedido e disse ter viabilizado a entrega do valor.

O ex-diretor e o doleiro s�o r�us do processo que apura superfaturamento, desvios, lavagem de dinheiro, corrup��o e propina na Petrobras. O esquema, sob comando de PT, PMDB e PP, abasteceu outros partidos, como PSDB e PSB, segundo os delatores - ambos buscam redu��o de pena em troca das confiss�es e da colabora��o com fatos novos nos processos.

Gleisi e Bernardo negam o pedido e o recebimento dos valores. A ex-ministra sustenta n�o conhecer o doleiro nem nunca ter tido contato com ele ou com o esquema sob investiga��o da Justi�a Federal.

Depois de eleita em 2010, Gleisi se licenciou do Senado no come�o de 2011 para assumir o cargo de ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff - cargo que ocupou at� o come�o do ano, quando saiu para disputar o governo do Paran�. A petista ficou em terceiro lugar na disputa, com 14,9% dos votos. Naquela �poca, Bernardo era titular de Planejamento, Or�amento e Gest�o do governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Em sua dela��o, Costa lembrou o fato de Bernardo, em 2010, ser ainda ministro do Planejamento. Com o in�cio do governo Dilma, em 2011, o petista foi transferido para a pasta das Comunica��es.

O ex-diretor da Petrobras disse que o repasse de R$ 1 milh�o para a campanha da senadora “se comprova” na inscri��o que ele pr�prio lan�ou em sua agenda pessoal, apreendida pela Pol�cia Federal no dia 20 de mar�o, tr�s dias depois da deflagra��o da Lava Jato. Numa p�gina do caderno de Costa consta, entre outras, a seguinte anota��o: “PB 0,1”. Segundo o delator da Lava Jato, o registro significa “Paulo Bernardo, R$ 1 milh�o”. Youssef, por sua vez, afirmou que os valores foram entregues ao empres�rio indicado por Bernardo por um emiss�rio seu, que n�o teve o nome revelado.

Os investigadores da Lava Jato acreditam que a quantia de R$ 1 milh�o supostamente destinada � campanha de Gleisi em 2010 foi entregue em esp�cie. Eles procuram o emiss�rio de Youssef, respons�vel pela entrega do dinheiro, para confirmar os pagamentos. Costa j� concluiu o processo de dela��o, ap�s sucessivos depoimentos a um grupo de procuradores da Rep�blica. Youssef decidiu seguir o mesmo caminho e ainda est� fazendo declara��es.

Em seu relato, o ex-diretor da Petrobras disse que o dinheiro para a campanha de Gleisi saiu de uma cota equivalente a 1% sobre o valor de contratos superfaturados da Petrobras.

Esse valor, afirmou Costa, era da “propina do PP”, partido da base aliada ao governo Dilma que foi presidido pelo deputado Jos� Janene (PR), morto em 2010. Ele foi l�der do PP na C�mara e r�u do mensal�o no Supremo Tribunal Federal. Youssef contou em seu depoimento � Justi�a Federal que Costa, apesar de cuidar do 1% destinado ao PP na diretoria de Abastecimento, “muitas vezes tinha que atender a pedidos do PMDB e do PT”.

Outro lado

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) informou, via assessoria de imprensa, que “n�o conhece Alberto Youssef”. “Desconhe�o completamente os fatos”, informou Gleisi. “Todas as doa��es constam na presta��o de contas aprovada pela Justi�a Eleitoral.” A senadora informou ainda que avalia “com seus advogados, quais provid�ncias legais assumir� em rela��o ao caso”.

O ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo, informou que “n�o pediu nem recebeu qualquer import�ncia” e que nunca falou com o doleiro Alberto Youssef. “Reafirmo o que j� lhe disse: desconhe�o esse assunto. Nunca falei com o senhor Youssef, por qualquer meio.”

Bernardo confirmou conhecer o dono do shopping citado pelo doleiro, mas nega qualquer irregularidade. O propriet�rio do shopping, localizado em Curitiba, foi procurado pela reportagem, mas at� esta edi��o ser conclu�da n�o havia respondido aos questionamentos.


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