Governo de Dilma ser� ancorado em tr�s eixos de sustenta��o

Bras�lia – O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff s� come�ar� para valer a partir de 1º de janeiro de 2015, mas ela j� definiu que o pr�ximo per�odo ser� ancorado em tr�s eixos de sustenta��o: a equipe econ�mica que tentar� colocar uma ordem nas contas p�blicas; o atual chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante; e o governador da Bahia, Jaques Wagner.

S�o eles que dar�o o norte da administra��o p�blica federal para os pr�ximos quatro anos. Dilma viajar� para a reuni�o do G-20 na Austr�lia, na pr�xima semana, com a miss�o de definir quem ser� o condutor da economia. Durante conversas com jornalistas, admitiu ter recebido um telefonema de felicita��es do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Mas disse que isso n�o significa que ele ser� o pr�ximo ministro da Fazenda.

A ideia da presidente � voltar da Oceania com a equipe econ�mica – o que inclui, provavelmente, os novos presidentes dos bancos p�blicos, como Banco do Brasil, Caixa Econ�mica Federal e BNDES – definidos. Interlocutores palacianos descartam as informa��es de que a presidente estaria tamb�m estudando medidas para conter a infla��o e diminuir os juros neste momento. “O an�ncio da nova equipe j� vai sinalizar nossa proposta ao mercado. Ser�o eles que v�o definir e implantar os rumos futuros”, disse um ministro com bom tr�nsito no Pal�cio do Planalto.

Dentro dessa ordem natural das coisas, est� praticamente descartado o deslocamento de Aloizio Mercadante para outro posto sem ser a Casa Civil. “Foi ele quem sustentou este governo nos �ltimos meses. Mercadante foi fundamental durante a campanha presidencial. Agora que vencemos, por que tirar o nosso centroavante da cara do gol e coloc�-lo para correr ao lado da linha lateral?”, questiona um aliado de Dilma.

Com Mercadante garantido na Casa Civil, onde colocar Jaques Wagner? Como adiantou o Estado de Minas h� duas semanas, s�o grandes as chances de ele ocupar um cargo que a presidente considera estrat�gico para o segundo mandato, mas que esteve relegado ao quase abandono nos primeiros quatro anos de governo: ministro do Desenvolvimento, da Ind�stria e do Com�rcio (MDIC).

Aliados de Wagner lembram que, durante os oito anos em que o petista comandou o governo da Bahia, ele trouxe quase R$ 20 bilh�es de investimentos empresariais para o estado. Conseguiu atrair quase 600 novas ind�strias e negociar a amplia��o de outras 150, fomentando a economia baiana. E, ao que parece, tomou gosto pela coisa. N�o se incomodaria se Dilma desse a ele essa miss�o. Mas com algumas pondera��es.

A primeira delas � a autonomia para se implementar uma pol�tica industrial de fato. Ao longo dos �ltimos anos e, principalmente, durante a corrida eleitoral, a tese da desindustrializa��o ganhou for�a. O setor se sente sucateado e desamparado. A presidente reconhece isso e pretende dar uma guinada no segundo mandato. Wagner teria, segundo interlocutores palacianos, um perfil talhado para isso e para viajar “vendendo o pa�s” no exterior, algo que poderia reequilibrar a balan�a comercial brasileira. Quanto � enigm�tica frase dita por Dilma ao governador baiano, de que ela “gostaria de t�-lo mais perto dela nos pr�ximos anos”, assessores dilmistas garantem que a proximidade significa Bras�lia, n�o necessariamente no Pal�cio do Planalto.