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Estado de Minas

Grupos movimentaram R$ 90 mi para empresas de Youssef


postado em 14/11/2014 14:19

Rio de Janeiro, 14 - A Justi�a Federal de Curitiba identificou pagamentos de R$ 90 milh�es das empreiteiras investigadas pela Opera��o Lava Jato �s empresas controladas por Alberto Youssef. O doleiro seria o respons�vel por repassar os recursos desviados da Petrobras a partidos pol�ticos, empres�rios e outros beneficiados do esquema de corrup��o. Os pagamentos eram justificados como pagamento a servi�os terceirizados de consultoria financeira e t�cnica mas, de acordo com as investiga��es, as empresas controladas por Youssef n�o exerciam qualquer atividade econ�mica e funcionavam apenas como fachada para a lavagem do dinheiro.

Entre as movimenta��es suspeitas aparecem dep�sitos de US$ 4,8 milh�es feitos pela OAS African Investments Limited em tr�s parcelas entre maio e agosto de 2013. Os recursos foram depositados em uma conta em ag�ncia do PBK Bank, na Su��a, em nome da empresa de servi�os off-shore Santa Thereza Services, que tamb�m seria controlada pelo pr�prio Alberto Youssef. Al�m do dep�sito, foram localizadas transfer�ncias de R$ 5,5 milh�es feitas por cons�rcios liderados pela Mendes Junior, que teve o vice-presidente preso durante as opera��es da PF desta sexta-feira. Tamb�m h� dep�sitos da Investminas (R$ 4,3 milh�es), da construtora OAS ( R$ 1,6 milh�o) e Engevix (R 3,2 milh�es), entre outros.

De acordo com o relat�rio, que embasou as pris�es e investiga��es deflagradas pela Pol�cia Federal nesta sexta-feira, as investiga��es indicaram que "as maiores empreiteiras do pa�s formariam uma esp�cie de cartel, definindo previamente as vencedoras das licita��es da Petrobras, o que lhes permitia cobrar o pre�o m�ximo da empresa estatal, e que pagavam um porcentual, de 3% ou 2%, sobre o valor dos contratos a agentes p�blicos".

O documento relata que os valores desviados da estatal eram repassados pelos cons�rcios de empreiteiras a empresas terceirizadas e fornecedoras de equipamentos. Estas, ent�o, repassavam os valores a empresas controladas por Alberto Youssef, como a MO Consultoria e a GDF Investimentos, simulando a execu��o de servi�os de consultoria.

Contas

Somente o Grupo Sanko teria movimentado mais de R$ 33 milh�es para as contas do doleiro. O grupo possui contratos de mais de R$ 3 bilh�es para fornecimento de tubula��es para obras da estatal. Um dos executivos do grupo, M�rcio Bonilho, em depoimento prestado na Justi�a Federal, confirmou o relacionamento e os repasses ao doleiro. O relat�rio apresenta trechos do depoimento em que descreve Youssef como algu�m de "credibilidade boa", que "abria portas" e andava com pessoas "tomadoras de decis�o" em rela��o aos contratos.

"Sa�mos tentando vender esse projeto, eu conheci o Alberto Youssef, se eu n�o me engano uns quatro ou cinco. (...) Ele era uma pessoa que gozava de uma credibilidade boa nesse setor e ele andava com pessoas tomadoras de decis�o (...). Eu coloquei a possibilidade, ele falou de uma possibilidade de pagar comiss�es para ele, eu fechei o neg�cio e aconteceram as comiss�es", diz o trecho. Em outra passagem, Bonilho afirmou que o doleiro tinha rela��es com diretores das empreiteiras e marcava reuni�es com o executivo.

"Ele apresentava, marcava uma reuni�o, eu era recebido, fazia a apresenta��o t�cnica e n�s tent�vamos fazer a venda. Eu fechei neg�cios com o CNCC, fechei neg�cios com o Conest, fechei neg�cios com a UTC, fechei neg�cios com Engevix, com o Estaleiro, fechei... N�o recordo todos, mas fechei meia d�zia de neg�cios, assim, com 10 empresas distintas", completou o trecho.

Assinatura

O relat�rio � assinado pelo juiz federal S�rgio Moro, da 13� Vara da Justi�a Federal do Paran�, respons�vel pelo caso. O documento apresenta uma planilha resultado de per�cia elaborada no decorrer das investiga��es a partir de informa��es obtidas com a quebra do sigilo fiscal e banc�rio das empresas. Tamb�m foram investigadas "planilhas de contabilidade informal" do doleiro citando "comiss�es e repasses", mas sem identificar benefici�rios. Os dep�sitos teriam ocorrido entre 2009 e 2013, per�odo em que foram identificadas as irregularidades na Petrobr�s.

Os depoimentos de funcion�rios das empresas do doleiro Alberto Youssef tamb�m indicaram que os contratos n�o eram efetivamente cumpridos e que as empresas apenas forneciam notas fiscais. "N�o foi colhida qualquer prova de que as referidas empresas MO Consultoria, GDF Investimentos, Empreiteira Rigidez e RCI Software prestassem, de fato, alguma esp�cie de servi�o de consultoria ou mesmo que tivessem quadro especializado de empregados ou terceirizados aptos a atender consultorias t�cnicas para as maiores empreiteiras de obras do Brasil", completa o juiz S�rgio Moro.


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