Rio, 15 - Um protesto contra os esc�ndalos de corrup��o e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) levou cerca de 150 pessoas, de acordo com estimativas da Pol�cia Militar, � orla de Copacabana, zona sul do Rio, na tarde deste s�bado, 15. Vestidos com as cores verde e amarela e, em alguns casos, empunhando cartazes de protesto ou bandeiras do Brasil, os manifestantes entoaram gritos como "1, 2, 3, Dilma no xadrez", "Papuda neles" (em refer�ncia ao Complexo da Papuda, onde est�o presos alguns dos condenados no caso do mensal�o, em Bras�lia) e "Fora, PT".
A concentra��o come�ou por volta das 14 horas, em frente ao hotel Copacabana Palace. Sob uma chuva fraca, os manifestantes recordavam o caso do mensal�o e a recente Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, para pedir o fim da corrup��o e sa�da do PT do poder. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi um dos primeiros a discursar, usando um aparelho de som instalado no canteiro central da Av. Atl�ntica.
O parlamentar afirmou que as For�as Armadas s�o "t�o v�timas quanto n�s" e que o objetivo de ir �s ruas � garantir "nossa liberdade e soberania". "Querem impor o socialismo no nosso Pa�s. O socialismo � o nome fantasia para comunismo", disse Bolsonaro, muito aplaudido e depois assediado pelos presentes. O deputado federal ainda "comemorou" a exist�ncia do mensal�o. "Gra�as a Deus houve mensal�o. Se n�o houvesse, Jos� Dirceu (ex-ministro da Casa Civil) seria hoje presidente da Rep�blica", gritou, novamente aclamado pelos manifestantes.
Bolsonaro tamb�m mirou cr�ticas no ex-deputado paulista Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar, e Carlos Lamarca, "esse marginal que infelizmente fez parte do Ex�rcito Brasileiro". O parlamentar estava acompanhado do filho Fl�vio Bolsonaro, deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PP. "N�s n�o somos como aqueles movimentos sociais comprados. Isso aqui � movimento leg�timo. Isso � a voz do povo", discursou Fl�vio Bolsonaro.
A m�dia foi outro alvo de ataques durante o ato, assim como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "A urna est� comprada", gritou um dos presentes. Cartazes pediam auditoria do resultado das elei��es deste ano. Em outro momento, os manifestantes aplaudiram "em homenagem � Pol�cia Militar".
Enquanto Jair Bolsonaro discursava, uma senhora come�ou a cantar a m�sica "Fibra de her�i", tradicional em quart�is do Ex�rcito e da Marinha do Brasil. Ela foi acompanhada por poucas pessoas a seu redor. Abordada pela reportagem, ela se recusou a dar entrevista.
Corrup��o
O sentimento de indigna��o com a corrup��o era uma das principais justificativas de quem compareceu ao ato. Vestido de Batman, Eron Morais Melo, de 33 anos, que chegou a ser detido durante as manifesta��es de 2013, defende press�o e cobran�a popular por mudan�as. "J� passamos por mensal�o, agora esse esc�ndalo da Petrobras, o chamado petrol�o. Isso tem de acabar. Que essa Opera��o Lava Jato venha tirar um pouco desse lama�al em que est� o Pa�s", afirmou.
A dona de casa Silvia Farias, de 34 anos, viajou por duas horas de carro para comparecer ao ato. Moradora de Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, ela ficou sabendo do evento pelas redes sociais. "Eu vim para tirar o PT do poder. Acredito que s�o altas infla��es, t� tudo ruim, o Pa�s est� quebrado... apoio que a Dilma saia do governo, o PT tamb�m. Todos de esquerda", disse ela, que se declarou admiradora de Jair Bolsonaro.