Suspeitos souberam antes da opera��o, indica PF

Bras�lia, 18 - O delegado M�rcio Adriano Anselmo, chefe da Opera��o Lava Jato, registrou em documento enviado � Justi�a federal nesta ter�a-feira ind�cios de que os investigados na Opera��o Lava Jato sabiam previamente das buscas e apreens�es realizadas na �ltima sexta-feira.

A documenta��o foi encaminhada pouco antes de o empres�rio Fernando Antonio Falc�o Soares, o Fenando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de desvios da estatal, se entregar � PF em Curitiba. "No curso do cumprimento dos mandados de busca e apreens�o na empresa OAS, os policiais foram surpreendidos, quando chegaram na madrugada, com a presen�a de tr�s advogados no local", afirmou Anselmo em documento enviado ao juiz federal S�rgio Moro. Ele anexou o auto circunstanciado escrito � m�o pelos policiais que realizam a busca na empresa.

Ele tamb�m registrou um segundo fato como ind�cio de vazamento da a��o policial: a viagem realizada pelo presidente da OAS, Jos� Aldem�rio Pinheiro Filho, que reside em S�o Paulo, para a cidade de Salvador na noite de quinta-feira, v�spera das buscas e apreens�es.

"Assim, os elementos indicam que teria ocorrido o vazamento das dilig�ncias a serem empreendidas nos locais de busca", afirma o delegado.

Soltura

O delegado tamb�m manifestou-se hoje pela soltura de nove presos da s�tima fase da Opera��o Lava Jato. Est�o nesse grupo Ednaldo Alves da Silva e Carlos Alberto da Costa Silva (UTC); Carlos Eduardo Strauch Albero e Newton Prado J�nior (Engevix); Otto Garrido Sparenberg e Valdir Lima Carreiro (Iesa); e Jayme Alves de Oliveira Filho, policial federal que trabalhava para Alberto Youssef.

O delegado pediu a prorroga��o das pris�es tempor�rias de Renato Souza Duque, ex-diretor de Servi�os da Petrobras, do presidente da OAS, Jos� Aldem�rio Pinheiro Filho, e do presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa. Tamb�m podem ter sua pris�o prorrogada Mateus Coutinho de S� Oliveira, funcion�rio da OAS em S�o Paulo, de Alexandre Portela Barbosa, advogado da OAS, e de Walmir Pinheiro Santana, da UTC.

Em documento endere�ado ao juiz federal da 13� Vara Criminal Federal de Curitiba, S�rgio Moro, o delegado justificou sua solicita��o dizendo que a investiga��o tem "grande complexidade" dada "a estrutura de desvio de recursos p�blicos, mediante poss�vel carteliza��o e fraudes em procedimentos licitat�rios, bem como a exig�ncia de vantagens il�citas a agentes p�blicos, com a estrutura��o de complexa rede de atua��o para a lavagem dos valores".

"Destaque-se ainda que foi arrecadado grande quantidade de material no curso das dilig�ncias de busca e apreens�o, que demandam an�lise, ao menos preliminar, para eventuais esclarecimentos dos presos", afirmou o delegado. As primeiras pris�es da s�tima fase da Lava Jato, realizadas na �ltima sexta-feira, vencem nesta ter�a. Por isso o delegado se manifestou sobre a prorroga��o. Outro dois presos, Danton dos Santos Avancini, presidente da Camargo Corr�a, e Jo�o Ricardo Auler, presidente do conselho da Camargo Corr�a, s� se entregaram nos s�bado e, por isso, os cinco dias s� vencem para eles nesta quarta-feira.