Trabuco recusa convite de Dilma para a Fazenda

Bras�lia, 20 - O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite para substituir Guido Mantega no Minist�rio da Fazenda. Em conversa com a presidente Dilma Rousseff no Pal�cio da Alvorada, na quarta-feira, 19, Trabuco disse se sentir "honrado" com a oferta, mas alegou compromissos � frente do Bradesco para n�o aceitar o comando da economia. A recusa representou mais um desgaste para Dilma, que n�o consegue definir quem vai dirigir a principal �rea do governo num momento de turbul�ncia econ�mica e crise pol�tica.

Diante do "n�o" do presidente do Bradesco, por�m, Dilma se encontrou nesta quinta-feira, 20, com o economista Nelson Barbosa, que foi secret�rio-executivo do Minist�rio da Fazenda e � cotado para assumir a vaga de Mantega. Trabuco esteve com Dilma junto com L�zaro de Mello Brand�o, presidente do conselho de administra��o do Bradesco. Um executivo disse ao jornal "O Estado de s. Paulo" que o pedido de Dilma chegou a ser "agressivo". Ele, por�m, est� sendo preparado para o lugar de Brand�o e foi com essa justificativa que ele decidiu permanecer no Bradesco.

Colaborador do Instituto Lula, Barbosa deixou o minist�rio em junho do ano passado porque entrou em rota de colis�o com o secret�rio do Tesouro, Arno Augustin. Agora, por�m, Dilma deve tirar Arno do Tesouro e h� quem diga que ele ser� transferido para Itaipu Binacional.

Ela corre contra o tempo para produzir uma agenda positiva que se contraponha ao desgaste da Opera��o Lava Jato, a investiga��o da Pol�cia Federal respons�vel por desbaratar um esquema de corrup��o na Petrobr�s.

No fim da tarde de hoje, ap�s sair do vel�rio do ex-ministro da Justi�a M�rcio Thomaz Bastos, a presidente e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tiveram nova reuni�o para a montagem do minist�rio, em S�o Paulo.

A escolha de um ministro da Fazenda afinado com o mercado � considerada fundamental para Dilma dar um sinal de que, no segundo mandato, ter� uma pol�tica econ�mica mais ortodoxa, mesmo sem fazer o ajuste fiscal necess�rio para equilibrar as contas p�blicas. Barbosa, por�m, n�o tem exatamente esse perfil.

Em mais uma reuni�o reservada com Dilma, na ter�a-feira � noite, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse a ela que, se dependesse de sua opini�o, o sucessor de Mantega seria o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Dilma, no entanto, avalia que Meirelles � independente demais para o que ela deseja.

O ex-secret�rio do Tesouro Joaquim Levy, hoje administrador do Fundo do Bradesco, tamb�m vem sendo citado para ocupar a Fazenda. A presidente e a c�pula do PT, no entanto, t�m resist�ncias ao "conservadorismo" de Levy. Ele esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato de Lula, quando Antonio Palocci era ministro da Fazenda, e comprou v�rias brigas com os petistas. Depois, foi secret�rio da Fazenda do Rio, na gest�o de S�rgio Cabral.

No Banco Central tudo indica que o atual presidente da institui��o, Alexandre Tombini, continuar� no posto. Para o Banco do Brasil, at� o momento, o nome em alta � o de Paulo Caffarelli, atual secret�rio-executivo do Minist�rio da Fazenda.