Propina teria sido paga depois de deflagrada Lava Jato

S�o Paulo, 24 - A defesa do executivo investigado na Lava Jato, Erton Medeiros de Fonseca, da Galv�o Engenharia, afirmou � Justi�a Federal do Paran� que ele foi extorquido para pagar R$ 8,3 milh�es de propina em valores l�quidos, entre os anos 2010 e 2014. H� at� um pagamento de R$ 230 mil em 2 de abril de 2014 dentre esses valores, quando a opera��o Lava Jato j� havia sido deflagrada.

De acordo com a vers�o da defesa do executivo, ele teria sido amea�ado por Shinko Nakandari, �pessoa que se apresentou como emiss�rio da Diretoria de Servi�os da Petrobras na presen�a de Pedro Barusco�. Ex-gerente executivo da Diretoria de Servi�os, Barusco fechou acordo de dela��o premiada em que se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milh�es e contar o que sabe sobre o esquema de corrup��o e propina na estatal.

No documento encaminhado � Justi�a Federal, a defesa de Erton alega que os pagamentos foram feitos pela Galv�o Engenharia para contas da LFSN Consultoria, empresa que o executivo diz ter sido indicada por Shinko e para a qual Erton teria sido obrigado a fazer pagamentos a t�tulo de propina �com a efetiva amea�a de retalia��o das contrata��es que a Galv�o Engenharia S/A tinha com a Petrobras, caso n�o houvesse o pagamento dos valores estipulados de maneira arbitr�ria, amea�adora e ilegal�, assinalam os advogados Jos� Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar, respons�veis pela defesa do executivo.

A Diretoria de Servi�os da estatal foi comandada at� 2012 por Renato Duque, tamb�m preso na s�tima etapa da Lava Jato. Duque � apontado como indicado do PT ao cargo e, segundo depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef � Justi�a Federal, ele seria o respons�vel por operacionalizar o esquema de propinas para o PT. Todas as licita��es da estatal passam pela Diretoria de Servi�os que, segundo Costa e Youssef, recolhia 2% do valor dos contratos para o Partido dos Trabalhadores. A reportagem n�o conseguiu localizar Shinko Nakandari e a empresa LFSN Consultoria.