Terminando seu segundo mandato � frente do governo do Cear�, Cid Gomes (PROS) defendeu, em entrevista � revista Carta Capital, a cria��o de uma frente de esquerda e uma nova rela��o do governo com a base aliada. Para ele, o atual modelo de governan�a, criado durante o governo Lula, abre espa�o para "chantagens" dos parlamentares da base. "O governo est� escravo do PMDB, que se considera um partido essencial, quando eu penso que ele n�o tem essa bola toda. � melhor ter uma base mais enxuta, por�m mais confi�vel", defende Cid, para quem o Pa�s enfrenta "um evidente problema de governabilidade".
O governador diz que a rela��o que Dilma tem com o Congresso � diferente daquela que Lula estabeleceu porque o ex-presidente "n�o tinha remorso" e a sucessora tem. "Quando ela assumiu a Presid�ncia, deu participa��o no governo para a base toda. Ao perceber posturas n�o republicanas no dia a dia, n�o aceitou. � o caso da Petrobras. Dilma est� sofrendo por uma coisa que n�o tem responsabilidade. Ela apanha dos dois lados, de quem defende uma posi��o mais �tica e de quem era benefici�rio do esquema", disse o pol�tico.
A frente de esquerda defendida por Cid seria um movimento suprapartid�rio com a proposta de combater o fisiologismo. "No fundo, todo pol�tico, mesmo o mais escrachado fisiol�gico, acredita em alguma coisa. O desafio � despertar essa defesa ideol�gica de um Brasil ideal que cada um tem, e us�-la como um cimento para uma alian�a", afirma.
Para Cid Gomes, a��es como a Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, podem ajudar a renova��o de quadros pol�ticos no Pa�s. O governador classificou a tarefa de criar uma frente de esquerda de "quixotesca" e disse que a presidente Dilma foi simp�tica � ideia.