Rio de Janeiro, 25 - Mudan�as contratuais importantes e a pris�o do ex-diretor de opera��es da Sete Brasil, Pedro Barusco, nas investiga��es da Opera��o Lava Jato foram o estopim de uma busca de mais transpar�ncia nos neg�cios da companhia. Amanh�, os principais acionistas da Sete Brasil se re�nem para discutir o andamento da auditoria interna aberta para apurar contratos de constru��o de sondas firmados desde 2010.
Barusco, que confessou ter recebido propina de fornecedores da Petrobras, foi diretor de Opera��es da empresa entre 2011 e 2013, quando deixou a Sete Brasil alegando problemas de sa�de. Antes, trabalhava na diretoria de engenheira e Servi�os da estatal, um dos principais focos da Opera��o Lava Jato. Na Sete Brasil, atuou na intermedia��o dos contratos de constru��o e aluguel de 29 sondas de perfura��o, or�adas em US$ 25,5 bilh�es.
A avalia��o dos acionistas � que o clima na empresa � "tenso" diante das investiga��es e da proximidade de executivos da Sete Brasil com os envolvidos no esc�ndalo de corrup��o da Petrobras. Os principais investidores cobram da atual dire��o da empresa uma revis�o "com lupa" dos contratos, que envolvem a estatal e tamb�m empresas investigadas pela Pol�cia Federal, como a Queiroz Galv�o e a Odebrecht.
Procurada, a Sete Brasil informou que a auditoria interna foi aberta "por iniciativa pr�pria e proativamente" e tem como objetivo "apurar quaisquer irregularidades ocorridas nos processos". A Sete Brasil � uma sociedade an�nima com capital fechado. A estatal det�m 9,7% de participa��o na empresa, como investidora e tamb�m como integrante de um fundo de participa��es desenhado apenas para a empresa. O fundo � composto por bancos privados, como o BTG Pactual, e fundos de pens�o de empresas p�blicas, como o Banco do Brasil, Petrobras e a Caixa Econ�mica Federal. Fontes pr�ximas aos investidores indicam que pelo menos um fundo j� avalia deixar o neg�cio, em fun��o dos problemas de gest�o e do risco associado ao investimento.
A desconfian�a dos investidores est� relacionada �s condi��es contratuais, alteradas ap�s a assinatura dos primeiros acordos para a constru��o das sondas. Para cada opera��o, a Sete Brasil constituiu uma sociedade de prop�sito espec�fico sediada no exterior, em pa�ses como Holanda e �ustria. Pelo desenho dos contratos, cabe aos acionistas - e n�o �s empresas contratantes - o risco de investimento. Das 29 sondas j� contratadas, apenas cinco est�o em constru��o, embora mais de 30% do valor j� tenha sido pago. A empresa encontra dificuldade tamb�m para fechar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) as condi��es para libera��o da primeira parcela de um empr�stimo de R$ 10 bilh�es.