Bras�lia, 01 - Em campanha para comandar a C�mara no pr�ximo bi�nio e tentando vencer a oposi��o do Pal�cio do Planalto, o l�der do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), prop�s � presidente Dilma Rousseff, na noite desta segunda-feira (1�), a reedi��o de um pacto para que n�o sejam votados em 2015 pelo Legislativo projetos que causem aumento dos gastos p�blicos.
A ideia levantada pelo peemedebista em encontro com Dilma e com os demais l�deres da base aliada � que seja elaborado um documento no qual deputados e senadores se comprometam a n�o apoiar proposi��es que componham a chamada "pauta bomba", a exemplo do que fez a base em 2013. Segundo relatos de pessoas que participaram do encontro, Cunha justificou e medida pelo cen�rio delicado das contas p�blicas, no qual o governo enfrenta um d�ficit fiscal acumulado e luta para mudar o valor m�nimo que o governo precisa economizar para pagar os juros da d�vida p�blica, o chamado super�vit prim�rio. O texto ser� elaborado pela Secretaria de Rela��es Institucionais (SRI), chefiada pelo ministro Ricardo Berzoini (PT).
Com o gesto, Cunha, desafeto do PT e do governo, tenta diminuir a resist�ncia a seu nome por parte de Dilma. No Pal�cio, e sobretudo entre os petistas, ele � tratado como um candidato � presid�ncia da C�mara "de oposi��o" e que n�o � confi�vel. Ele passou a ser considerado um advers�rio desde que capitaneou uma rebeli�o no in�cio deste ano, apelidada de "bloc�o", que imp�s duras derrotas a Dilma.
No encontro realizado no Pal�cio do Planalto, com mais de 20 l�deres aliados e com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros Berzoini (SRI) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), Dilma fez um apelo para que os parlamentares aprovem o projeto que flexibiliza a meta do super�vit prim�rio o mais r�pido poss�vel. Na semana passada, em uma primeira tentativa de vota��o, a base de apoio a Dilma resolveu mandar um recado da insatisfa��o com a reforma ministerial e "sumiu" do Plen�rio, adiando a aprecia��o do tema.
De acordo com Berzoini, os l�deres aliados se comprometeram a votar as altera��es nas regras fiscais nesta ter�a-feira. Segundo ele, o problema da semana passada foi apenas de "hor�rio e coordena��o". "Depois de dois dias de esfor�os, na quarta-feira, em fun��o do hor�rio, houve uma certa desarticula��o que pode ser superada tranquilamente na vota��o de amanh� (ter�a-feira)", disse.
Questionado sobre o que mudou de l� para c�, para que os parlamentares mudassem de ideia e decidissem aprovar o projeto, ele respondeu: "os parlamentares entenderam que o significado da vota��o n�o � para o governo � para o Pa�s". Segundo o petista, Cunha "era um dos mais empenhados" na defesa da flexibiliza��o da meta do resultado prim�rio.
O l�der do governo na C�mara, Henrique Fontana (PT-RS), tamb�m garantiu que a base est� comprometida com a vota��o da flexibiliza��o do super�vit. O Pal�cio do Planalto quer encerrar o assunto nesta ter�a-feira, apesar das tentativas de obstru��o da oposi��o. "Estou otimista. A presidenta fez mais um pedido � nossa base, de forma respeitosa, isso aqui n�o � vit�ria do governo contra a oposi��o", destacou Fontana. "Ela (
Dilma
) abordou o tema de forma muito feliz, criou ambiente de reconhecer esfor�o da base, para que entremos com toda a for�a para enfrentar a obstru��o da oposi��o", disse.