Em entrevista coletiva em Curitiba, o procurador da Rep�blica Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal (MPF) encarregada da Opera��o Lava Jato, disse nesta quinta-feira, 11, que ofereceu cinco acusa��es criminais contra 35 investigados do processo. Destes acusados, 22 s�o ligadas a empreiteiras, afirmou.
"A Petrobras � v�tima deste esquema", disse Dallagnol, ao lado do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. O MPF est� oferecendo den�ncia por corrup��o, forma��o de organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro. Dallagnol dividiu o esquema em tr�s n�cleos: empreiteiras, funcion�rios p�blicos e operadores financeiros, a quem chamou de "profissionais em lavagem de dinheiro".
Os operadores eram os respons�veis por fazer a intermedia��o entre os corruptores, as empreiteiras, e os funcion�rios da Petrobras alvos de suborno, de acordo com o procurador. "Para que o cartel pudesse funcionar e maximizar o lucro de forma abusiva, era preciso cooptar os agentes p�blicos", disse.
Dallagnol citou as empreiteiras OAS, Camargo Corr�a, UTC, Engevix e Galv�o Engenharia e disse que est� numa "guerra contra a impunidade e a corrup��o". O procurador fez men��o ainda � falta de recursos para a popula��o que "clama por sa�de, educa��o e saneamento b�sico".
Ele disse que os funcion�rios recebiam dinheiro das empreiteiras por interm�dio dos operadores financeiros, respons�veis por garantir que os acordos entre as partes fossem cumpridos. Dallagnol disse que funcion�rios de alto escal�o na Petrobras eram respons�veis por vazamento de informa��es sigilosas da licita��o e por acelerar o processo de contrata��o de obras.
Serenidade
Janot disse que o Minist�rio P�blico Federal atuar� de "forma serena, equilibrada, mas de forma contundente" para responsabilizar cada denunciado pelos atos que praticaram. "Essas pessoas, na verdade, nos roubaram o orgulho dos brasileiros", criticou Janot, que fez quest�o de reafirmar o compromisso com o andamento das investiga��es em outro ponto da entrevista.
Janot afirmou que o MPF atuar� frente ao Supremo Tribunal Federal da mesma maneira que atua no momento no Paran�. Janot ser� o respons�vel pela den�ncia de investigados com foro privilegiado. "A responsabilidade do Minist�rio P�blico � sentida por todos, do procurador-geral ao procurador que come�ou ontem na carreira", afirmou.