O fantasma da “lista” de parlamentares envolvidos no esc�ndalo da Petrobras, ainda por vir, � a p� de cal sobre qualquer expectativa de que a nova legislatura, que se empossa na C�mara dos Deputados em 1º de fevereiro, ser� capaz de enfrentar j� no in�cio do mandato o debate em torno do financiamento das campanhas pol�ticas. Reduntante dizer o que o senso comum j� reconhece: da� nascem muitas das pr�ticas n�o republicanas que j� produzem as “av�s” de todos os esc�ndalos. Entretanto, os bancos de dados disponibilizados pela Justi�a Eleitoral permitem agora a demonstra��o estat�stica de que a decis�o de investir em candidatos �, para o empresariado, um neg�cio com expectativa de retorno.
Alguns cientistas sociais como Bruno Wilhelm Speck e Emerson Urizzi Cervi, que se especializaram na tem�tica do financiamento, se “divertem” com o antigo dilema dos biscoitos Tostines: vende mais porque � fresquinho ou � fresquinho porque vende mais? Procura-se responder se pol�ticos se elegem porque t�m mais financiamento ou se s�o financiados porque v�o se eleger. Para as quase 5 mil campanhas de candidatos a deputados federais em todo o pa�s, que levantaram em seus caixas oficiais a bagatela de R$ 1,161 bilh�o, Emerson Cervi demonstrou, em reportagem publicada no Estado de Minas, que os deputados federais eleitos – independentemente de seu partido pol�tico – arrecadaram em contribui��es diretas das empresas ou indiretas – de pessoas jur�dicas doadas aos partidos e, destes, aos candidatos – em m�dia 17 vezes mais do que os candidatos derrotados.
Essa desigualdade, tamb�m apontada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento ainda inconcluso da a��o direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o financiamento de pessoas jur�dicas, aponta para um vi�s empresarial da representa��o. E tamb�m uma representa��o predominantemente de pessoas ricas, j� que a mesma reportagem mostrou que o autofinanciamento representou quase 11% do bolo das contribui��es. Nesse contexto, reforma pol�tica, quem far�?
A��o abortada
O PSDB preparou duas a��es para apresentar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) contra a campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo do estado. Vai apresentar somente uma. A segunda, que envolvia aspectos pessoais da vida do governador eleito, foi cancelada a pedido do senador A�cio Neves (PSDB-MG).
Metr� 1
A miss�o de tirar do papel a obra de amplia��o do metr� de Belo Horizonte, um dos motes de disputa entre petistas e tucanos durante a campanha eleitoral, passar� a partir de amanh� a ser responsabilidade de Jos� D�ria, novo superintendente da Companhia Brasileira Trens Urbanos (CBTU) em Minas, que foi convidado para o cargo pelo mineiro de Ub� e ministro das Cidades, Gilberto Occhi. D�ria j� trabalhou na CBTU entre 2008 e 2012 e retorna ao �rg�o com a tarefa de acelerar o processo do metr� da capital.
Metr� 2
A “batata quente” das responsabilidades do metr� foi um dos temas que motivaram troca de acusa��es durante a campanha do governo de Minas. Enquanto os petistas cobraram a apresenta��o do projeto executivo do governo do estado, os tucanos afirmaram que faltou boa vontade do Pal�cio do Planalto na libera��o de recursos. A orienta��o do governador eleito, Fernando Pimentel (PT), que assumir� dia 1º, � para que “as coisas aconte�am”. D�ria assinala: “N�o d� mais para ficar adiando essa obra. Mas n�o entrarei na seara dos partidos, da briga pol�tica. A amplia��o � uma necessidade da popula��o e quem est� nesse cargo tem que trabalhar para isso. Se vamos conseguir ou n�o � outra coisa”, disse o novo superintendente.
Fidelidade e celulite
Do presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, sobre as defec��es na base de deputados estaduais e federais que deu sustenta��o aos governos do PSDB e agora do PP, em Minas: “A derrota faz o teste de consist�ncia nos atores pol�ticos. Como me disse certa vez um velho comunista, sobre a dissid�ncia puxada por Tasso Genro (governador ga�cho pelo PT) e Jos� Genoino (ex-presidente do PT) dentro do PCdoB, � como perder celulite: o corpo fica mais esbelto”. Entre os mais de 60 “fi�is” apoiadores, dever�o passar � oposi��o, a partir de fevereiro, n�o mais do que 27 deputados estaduais do PSDB, PP, DEM, PPS, PTN, PTB e PSB. Isso num primeiro momento, � claro.
Na Cemig
O ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Mauro Borges, � esperado pelo empresariado mineiro nesta semana em alguns encontros pr�-agendados. A expectativa � de que Borges assuma a Presid�ncia da Cemig. H� mais de um m�s, ele e outros ministros encaminharam carta de demiss�o � Presidente Dilma Rousseff (PT), dentro de um movimento natural em fim de governo reeleito, para deixar o governante � vontade na defini��o da nova equipe. A Cemig est� sob o comando de Djalma Morais desde 1999. Ele passou por quatro governos: Itamar Franco (PMDB), A�cio Neves (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Alberto Pinto Coelho (PP).
PINGAFOGO
J� de olho em 2016, o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP) quer uma reuni�o no partido para definir nomes que v�o concorrer �s prefeituras municipais das principais cidades mineiras. E j� apresenta a conta aos tucanos: “Esperamos contar com a retribui��o do PSDB pela participa��o do PP nas campanhas. Para Belo Horizonte, Dinis Pinheiro � o nosso nome”, afirma, em refer�ncia ao presidente da Assembleia, que foi vice na chapa de Pimenta da Veiga (PSDB).
Denilson Teixeira, suplente do PV que reivindica a cadeira aberta pela ren�ncia do deputado federal Ant�nio Roberto (PV) em junho, recebeu ontem um telefonema do secret�rio-geral da Mesa Diretora da C�mara, Mozart Vianna. Foi informado que o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), est� no exterior. Denilson requereu ao STF a pris�o preventiva de Alves por descumprimento da decis�o judicial liminar de junho, entendendo ser dele a vaga, e n�o do Subtenente Gonzaga, que deixou o PV e se filiou ao PDT em setembro passado.
Do deputado estadual Gustavo Corr�a (DEM), sobre as conversa��es do PV, do PSD e do PR para integrar a base de apoio de Fernando Pimentel (PT) na Assembleia Legislativa: “Vida p�blica tem de ter situa��o e oposi��o. Quem quer virar de lado, que pelo menos vire devagar”.
O secret�rio do PCdoB, Zito Vieira, publicou em seu perfil no Facebook cr�tica � presidente Dilma Rousseff (PT) pela demora na confirma��o da perman�ncia de Aldo Rebelo no comando do Minist�rio dos Esportes:
“A maior e principal agenda positiva do governo teve Aldo � frente. A ‘janela do �nibus’ j� � do Aldo. Merece receber uma liga��o j� da Casa Civil”.