Marina diz que '� preciso' mudar diretoria da Petrobras

S�o Paulo, 14 - A ex-ministra e candidata derrotada � Presid�ncia, Marina Silva, afirmou ser a favor de uma mudan�a na diretoria da Petrobras, ap�s esc�ndalos deflagrados pela opera��o Lava Jato mostrarem esquema de corrup��o na estatal. "� preciso mudar a diretoria da Petrobras. Essa diretoria foi nomeada, foi mantida durante todos esses anos e n�o teve a compet�ncia e o compromisso para evitar o que foi feito", disse, em entrevista a Roberto D'�vila, exibida na Globo News na madrugada deste domingo, 14. "� preciso e de uma forma urgente que seja feita essa mudan�a. Em nome do interesse p�blico", afirmou.

Durante a entrevista, Marina ressaltou o fato de a empresa ter perdido valor no mercado nos �ltimos anos e disse que algumas pessoas assumiram cargos na diretoria "para se servir e n�o servir aos brasileiros". "� isso que precisa acabar", completou.

A ex-ministra disse que o processo eleitoral vivido este ano foi dif�cil, mas ao mesmo tempo gratificante e que o fato de ter escolhido debater a verdade "custou um pre�o muito alto", que foi a sua "desconstru��o". "Mesmo assim me sinto agradecida pelos mais de 22 milh�es de brasileiros terem acreditado que � poss�vel fazer pol�tica de forma diferente", afirmou.

Marina disse que, diferente da presidente Dilma Rousseff, ela fez a campanha falando a verdade. "Muitas das coisas que n�s defend�amos agora est�o sendo feitas. A quest�o � fizemos uma escolha: n�o queremos fazer um discurso na hora de ganhar e uma outra coisa na hora de governar."

A ex-ministra preferiu n�o comentar as declara��es do tucano A�cio Neves, que disse ter sido derrotado por uma organiza��o criminosa, mas afirmou que h� um processo de rebaixamento nas campanhas eleitorais. "As pessoas n�o querem mais discutir propostas, ideias, s�o apenas estrat�gias de como se faz para manter o poder ou para ganhar o poder."

Segundo a ex-candidata, esse processo enfraquece a democracia. "Na democracia � preciso que a gente se disponha a estabelecer alguns limites, n�o vale tudo para se alcan�ar os objetivos", afirmou. Marina disse que o pa�s saiu da elei��o dividido, mas ponderou que � preciso aceitar o resultado das urnas. "Eu vou sempre respeitar a presidente eleita pelo povo brasileiro. � uma decis�o da democracia, tomada pela sociedade brasileira."

Trag�dia

Durante a entrevista, Marina lembrou a morte do ent�o candidato de sua chapa Eduardo Campos, em um acidente a�reo, e disse que foi um momento muito dif�cil. "Quando eu fui ao encontro do Eduardo para apoi�-lo, eu sabia que estava indo n�o para compartilhar o palanque, mas para compartilhar um legado", disse.

Marina lembrou a sua rela��o com Chico Mendes e o fato de Campos ser neto de Miguel Arraes para justificar o que chamou de "encontro de legados" e comparou a perda de Campos com a de Mendes. "Ver o Eduardo perder sua vida t�o precocemente mais uma vez me colocou diante de uma trag�dia, foi muito dif�cil para mim quando o Chico Mendes morreu. Eu era muito jovem, de repente fiquei novamente sozinha com o peso de ter que assumir aquele lugar, de algo que eu j� tinha me desvencilhado", disse. "Ningu�m pode estar preparado para uma coisa dessas, � o inesperado do inesperado. Tudo isso ainda � um peso muito grande dentro de mim."

Rede

Marina Silva disse que a Rede Sustentabilidade sofreu um boicote dentro dos cart�rios fruto de uma a��o pol�tica. "Houve uma a��o pol�tica sim", afirmou. Ela lembrou que antes da negativa de cria��o da Rede tr�s partidos haviam sido formados e logo depois a lei mudou. "A legisla��o eleitoral mudou em seguida exatamente, no meu entendimento, para prejudicar a Rede."

A ex-ministra preferiu n�o falar de seus planos para o futuro e repetiu que n�o fica "na cadeira cativa de candidata". "Em 2010 n�o fiquei, n�o vou ficar agora, vou continuar fazendo o que eu acho que � correto, com os meios que disponho."