
Tamb�m foram acusados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o dono da MO Consultoria, Waldomiro de Oliveira, que j� haviam sido transformados em r�us na sexta-feira, com outros cinco acusados. A maioria deles est� presa. Os depoimentos foram marcados para o in�cio de fevereiro. Os acusados responder�o por corrup��o, forma��o de organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro.
Na den�ncia do Minist�rio P�blico, por sua vez, a for�a-tarefa de procuradores da Opera��o Lava-Jato pede a condena��o de Camargo por corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e crimes financeiros e do doleiro Alberto Youssef, por lavagem. A Procuradoria pede que R$ 296 milh�es retornem aos cofres p�blicos, por meio do confisco de R$ 140 milh�es j� bloqueados em bens e contas correntes e de R$ 156 milh�es em ressarcimento por preju�zos causados.
Executivo da Toyo Setal e um dos operadores do esquema, J�lio Camargo afirmou, em dela��o premiada, que bancou propinas para garantir � Samsung a contrata��o de dois navios-sonda em 2006 e 2007: o Petrobras 1000 e Vit�ria 10000 custaram US$ 586 milh�es e US$ 616 milh�es, respectivamente. Ele disse que, a pedido de Baiano, fez os pagamentos em contas no exterior indicadas pelo lobista: US$ 15 milh�es e US$ 20 milh�es.
Parte do dinheiro seguiu para os bolsos de Cerver�, segundo an�lise da Procuradoria. Atas da Petrobras mostram que ele prop�s a contrata��o direta da Samsung. No primeiro neg�cio, Camargo fez 35 pagamentos para contas indicadas, mas “uma dessas contas era diretamente controlada” por Cerver�, disseram os nove procuradores da for�a-tarefa. “N�o h� qualquer d�vida de que Fernando Soares repassou parte deste valor ao ent�o diretor da �rea internacional, Nestor Cerver�”, garante o grupo coordenado por Deltan Dallagnol. O MP entende que o ex-diretor agiu de maneira ilegal ao contratar a Samsung diretamente, sem abrir concorr�ncia.
Al�m de dep�sitos no exterior, na segunda contrata��o, Camargo recorreu ao doleiro Alberto Youssef para pagar os subornos � dupla Baiano e Cerver�, de acordo com a Procuradoria. Para isso, o doleiro teria feito 17 opera��es de lavagem.
Ila��es
O advogado de Cerver�, Edson Ribeiro, disse ao Estado de Minas que o Minist�rio P�blico exagerou porque Camargo “jamais acusou diretamente” Cerver�. Ele classificou a acusa��o de “a�odada” e negou que seu cliente tenha recebido propinas. “A den�ncia espelha, apenas, ila��es do Minist�rio P�blico Federal despidas de provas”, criticou. Ribeiro admite a contrata��o direta, mas afirma que foi legal. Diz que havia falta de sondas para �guas profundas � �poca.
A advogada de Camargo, Beatriz Catta Preta, afirmou que, como seu cliente fez acordo de dela��o premiada, � natural ser denunciado. Ela espera que ele obtenha o benef�cio da redu��o da pena.
Procurada em seus escrit�rios no Rio de Janeiro e fora do pa�s, a Samsung n�o esclareceu ao jornal qual o valor m�dio das comiss�es pagas a seus representantes. A Petrobras e o advogado de Fernando Baiano n�o prestaram esclarecimento ao jornal at� o fechamento desta edi��o. Os advogados de Alberto Youssef n�o foram localizados nessa segunda-feira.