Diretoria foi avisada de que Rnest era invi�vel, diz Venina

Rio de Janeiro, 22 - A diretoria da Petrobras foi avisada pela funcion�ria Venina Velosa da Fonseca de que a constru��o da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, era economicamente invi�vel. A afirma��o foi feita por Venina em entrevista exclusiva a Broadcast, servi�o de tempo real da Ag�ncia Estado. O projeto de Abreu e Lima come�ou or�ado em US$ 2,5 bilh�es e est� em US$ 18,5 bilh�es.

"Com o andamento do projeto, ele se mostrou invi�vel. Isso foi tempestivamente informado para o diretor (de Abastecimento, Paulo Roberto Costa) e, (constou) nos documentos de aprova��o(do projeto), para a diretoria", disse Venina. A defesa de Venina, feita pelo advogado Ubiratan Mattos, foi ainda mais enf�tica. Em e-mail enviado � reportagem, ap�s a entrevista por telefone, ele ressalta que o projeto da refinaria e a informa��o de que era prejudicial � petroleira foi apresentado tamb�m ao Conselho de Administra��o da companhia, liderado na �poca pela presidente da Rep�blica, Dilma Rousseff. "Venina encaminhou a proposi��o de aquisi��o (de equipamentos para a refinaria) por ordem do diretor Paulo Roberto, baseada em uma estrat�gia elaborada pela �rea de materiais e apresentada previamente � diretoria executiva e ao Conselho de Administra��o, em reuni�o da qual Dilma participou", destacou Mattos.

A funcion�ria foi afastada do cargo de chefia da Petrobras sob a alega��o de que burlou manuais de contrata��es e, com isso, contribuiu para gerar preju�zos � empresa. O caso est� sendo avaliado por uma comiss�o interna, que ainda definir� se houve m�-f�. Se esse for o veredito, ela poder� ser exonerada. Venina nega as acusa��es. Al�m de argumentar que avisou a diretoria sobre os preju�zos que as contrata��es previstas pelo ent�o diretor de Servi�os, Renato Duque, causaria � petroleira, ela diz que compras n�o eram atribui��o do ex-diretor, investigado na opera��o Lava Jato. "Eu n�o aprovo contrata��o, eu n�o assino contrato, eu n�o negocio contrato, n�o indico quem entra na licita��o. Isso tudo � responsabilidade da �rea de Servi�os", afirmou.

O advogado de Venina alertou que poder� recorrer � Justi�a para rebater eventuais acusa��es da Petrobras contra a funcion�ria afastada, como a de que era pr�xima do ex-diretor Costa. "Isso que falam, sugerindo uma aproxima��o da Venina com o Paulo Roberto � de uma baixeza sem tamanho", disse Mattos. Venina negou qualquer proximidade pessoal com Costa e que tenha acompanhado ele � medida que o ex-diretor galgava cargos. "Toda vez que vou trabalhar com algu�m, falo: eu s� trabalho seguindo os procedimentos do c�digo de �tica da empresa. Se n�o for assim, n�o trabalho. Enquanto o Paulo Roberto n�o demonstrou que estava ferindo esse c�digo de �tica, havia uma converg�ncia nos processos. A partir do momento em que realmente tive evid�ncia de que isso estava acontecendo, eu agi, eu reportei, fiz tudo o que poderia ter feito", disse.

Ela contou ainda que se aproximou da atual presidente da estatal, Gra�a Foster, quando trabalharam juntas na subsidi�ria de g�s, a Gaspetro. Gra�a, segundo Venina, era uma "refer�ncia" para ela. Em rela��o � conversa pessoal que teve com Gra�a sobre as den�ncias em torno da contrata��o de servi�os na �rea de comunica��o da Diretoria de Abastecimento, Venina disse que fez "um resumo do problema como um todo".

A funcion�ria nega que tenha sido de Gra�a o m�rito pela sa�da de Paulo Roberto Costa da diretoria da Petrobras, assim como da demiss�o do ent�o gerente de Comunica��o do Abastecimento Corporativo, Geovane de Moraes, alvo das suas den�ncias. "Quem demitiu o Geovane fui eu. A responsabilidade pela sa�da de Paulo foi do Conselho de Administra��o", disse. Gra�a ainda � responsabilizada por Venina pela contrata��o do seu ex-marido, Maur�cio Bittencourt Luz, para presta��o de servi�o na �rea de G�s e Energia, em 2007. Sobre a posi��o de Gra�a frente �s den�ncias de corrup��o na comunica��o do Abastecimento da Petrobras, Venina disse: "Eu diria que ela se omitiu".