Bras�lia, 23 - O l�der do PMDB na C�mara dos Deputados e candidato � presid�ncia da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na manh� desta ter�a-feira, 23, que o fato de parlamentares responderem, no Supremo Tribunal Federal, a processos por acusa��o de il�citos n�o configura necessariamente a quebra de decoro parlamentar.
"O Parlamento discute quebra de decoro. A acusa��o de il�cito penal n�o significa necessariamente quebra de decoro. Veja quantos processos h� no Supremo e tem casos em que nem houve representa��o (no Conselho de �tica)." Para ele, caso o legislador seja condenado, ele j� perde automaticamente seu cargo, n�o sendo necess�rio passar por cassa��o na C�mara.
Cunha j� percorreu 14 Estados desde o in�cio deste m�s em sua campanha pela Presid�ncia da C�mara e declarou que em momento algum tem sido questionado sobre o suposto envolvimento de seu partido em den�ncias de corrup��o provenientes da opera��o Lava Jato, que, de acordo com dela��o premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, implica parlamentares do PMDB.
"Zero, n�o se entra nessa quest�o, porque, aconte�a o que acontecer, o que eu farei como presidente da C�mara � cumprir o regimento", minimizou, durante caf� da manh� com jornalistas.
Indagado sobre a declara��o da presidente Dilma Rousseff, que afirmou ontem que pretende consultar o Minist�rio P�blico antes de nomear ministros para seu pr�ximo governo, Cunha opinou: "Cada um tem os seus crit�rios para escolher sua equipe. Mas parece que o Minist�rio P�blico n�o pode colaborar muito. E tem mais: pode ser que, no momento da consulta, o MP n�o tenha nada contra determinada pessoa. Mas depois, com o passar da investiga��o, podem surgir fatos novos."
O deputado aproveitou para refutar qualquer ideia de impeachment contra a presidente. "Isso � descabido. Quem ganhou a elei��o tem representatividade para governar."
Como aspirante a presidente da C�mara, Cunha afirmou acreditar que em 2015 deve haver a vota��o da reforma pol�tica e a discuss�o da tribut�ria. "O grande problema dessas reformas � tentar implementar imediatamente. Mas, quando se jogam as mudan�as para come�arem a valer mais pra frente, temos mais chances de aprovar", opinou.
Ele afirmou que, al�m da independ�ncia da C�mara em rela��o ao poder Executivo, est� defendendo em sua plataforma de campanha que a casa promova mais debates. "Um exemplo da falta de di�logo: aprovamos ontem o Or�amento (na Comiss�o Mista de Or�amento) e eu nem sei o que tem dentro. � mais uma pe�a de fic��o, como foram todas as outras."