
Bras�lia - Em discurso de despedida do comando da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, o ex-ministro Gilberto Carvalho afirmou que a gest�o petista n�o � formada por "ladr�es" e que "os que cometeram erros" foram devidamente punidos. "A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, para servir. N�s n�o somos ladr�es", afirmou. "Volto para casa com minha quitinete rural e meu apartamento aqui (em Bras�lia), que financiei em 19 anos no Banco do Brasil", disse.
Carvalho afirmou ainda e que voltava para casa sem "levar desaforo" e que os petistas que erraram pagaram pelo erro, numa refer�ncia indireta aos presos no mensal�o. "Cada um dos companheiros que cometeu erro foi punido e pagou um pre�o. Isso espero que se torne o novo padr�o, republicano, seja quem esteja no governo", destacando o ex-ministro das Comunica��es Luiz Gushiken, morto no ano passado em raz�o de um c�ncer, como uma "pessoa injusti�ada, que morreu sem ser reconhecido".
Sem citar o senador A�cio Neves (PSDB-MG), que ap�s perder a corrida presidencial associou o PT "organiza��o criminosa", Carvalho afirmou que "eles" consideram pobres como "quadrilha". "Para aqueles que disseram que ganhamos (a reelei��o de Dilma) como quadrilha, quero dizer que essa � nossa quadrilha, porque para eles pobre � uma quadrilha", afirmou. "Para algu�m que disse que perdeu as elei��es para uma quadrilha, essa � a nossa quadrilha, a dos pobres", disse.
Carvalho afirmou que o PT se mant�m fiel � realiza��o de "mudan�as das condi��es de desigualdade" do Pa�s. "� por conta dessa gente (os mais pobres) que ganhamos as elei��es. � por conta desse tipo de mudan�a (social) que ganhamos as elei��es", afirmou.
O ex-titular da Secretaria-Geral tamb�m elogiou o "uso do aparelho do Estado" pelo PT ao longo dos 12 anos de governo do partido a partir de 2003, garantindo pol�ticas sociais. "Nosso governo conseguiu fazer o essencial que � fazer a mudan�a fundamental da l�gica de uso do aparelho do Estado", considerou.
Movimentos sociais
Carvalho atribuiu aos movimentos sociais a reelei��o da presidente Dilma Rousseff. "Na hora do pau, eles foram respons�veis pela elei��o em 2014", disse Carvalho.
Carvalho saiu em defesa do controverso decreto editado pela presidente Dilma Rousseff que orienta a cria��o de conselhos e outras formas de participa��o popular na pol�tica. Ele elogiou o fato de que houve uma mudan�a nas gest�es do PT de governar ouvindo a popula��o. O ministro demission�rio destacou ainda o amadurecimento dos movimentos sociais e afirmou que, gra�as a eles, foi poss�vel manter o di�logo.
Em tom de brincadeira, Carvalho disse que deixava para seu sucessor "um monte de abacaxi". Mas se disse feliz pela escolha de Miguel Rossetto, de quem, contou, � amigo desde 1979. "Tenho um profundo carinho e respeito pelo Miguel e estou superfeliz que esse trabalho ser� alargado e aperfei�oado", afirmou.
No discurso, interrompido por v�rias palmas da plateia, o ex-ministro reafirmou a cren�a no projeto de socialismo democr�tico. Carvalho, que afirmou crer "mais do que nunca" na �tica do servi�o p�blico, finalizou seu pronunciamento entoando com a plateia a m�sica de Gonzaguinha "Viver e n�o ter a vergonha de ser feliz".