A portas fechadas e com pedido expresso de “reservas” por parte do governador Fernando Pimentel (PT), 36 integrantes da equipe do governo, entre secret�rios, dirigentes de �rg�os p�blicos e o gabinete militar, reuniram-se nessa sexta-feira pela manh� no Pal�cio Tiradentes. Pimentel repassou � nova equipe as diretrizes que dever�o ser seguidas pelos secret�rios nos primeiros 90 dias de gest�o e refor�ou a inten��o de colocar em pr�tica uma administra��o participativa em todas as �reas do governo. At� mar�o, o governador espera contar com um balan�o detalhado sobre a atual situa��o financeira do estado e as principais demandas de cada regional, que servir� de ponto de partida para execu��o dos programas da nova administra��o.
Ao longo da reuni�o, o deputado federal Odair Cunha (PT) e o m�dico Helv�cio Magalh�es – indicados para as secretarias de Governo e Planejamento, respectivamente – chegaram a sair da sala, mas se recusaram a dar entrevistas aos jornalistas que faziam plant�o no quarto andar do Edif�cio Tiradentes, na Cidade Administrativa. O parlamentar argumentou que n�o poderia falar, pois h� uma “centralidade na comunica��o”. “Agora n�o. N�s vamos falar, calma, calma”, afirmou Magalh�es. Mas a entrevista n�o aconteceu. Apenas fot�grafos e cinegrafistas tiveram um r�pido acesso � reuni�o para que pudessem fazer imagens.
Coube, ent�o, ao subsecret�rio de Comunica��o Social, Ronald de Freitas, dirigir-se � imprensa para avisar que n�o haveria qualquer manifesta��o por parte dos secret�rios. “Foi uma reuni�o de balan�o e ele deu as diretrizes do governo. Mas pediu reservas para que o governo comece a andar”, disse. Alguns participantes da reuni�o, procurados mais tarde pela reportagem, tamb�m se negaram a conceder entrevistas para explicar os pontos discutidos com o governador.
“Todos fomos orientados pelo Pimentel a n�o dar nenhuma declara��o”, disse um dos secret�rios. Ao final da reuni�o, os jornalistas n�o puderam nem mesmo ficar no mesmo andar que os secret�rios. Foi pedido “gentilmente” a todos que se “retirassem” do Pal�cio.
Diagn�stico Na quinta-feira, durante discurso na posse, o governador Fernando Pimentel havia dito que se reuniria hoje com o secretariado e que seria prioridade do governo a cria��o de um grupo executivo para, no prazo de 90 dias, apresentar um balan�o geral das condi��es financeiras e administrativas do estado. Na ocasi�o, Pimentel afirmou que o trabalho iria al�m de uma auditoria e serviria como pontap� inicial para as pol�ticas governamentais.
O governador afirmou ap�s a cerim�nia de posse que s� seria poss�vel definir as primeiras a��es do novo governo a partir de um diagn�stico preciso sobre a situa��o econ�mica e social do estado. Ele ressaltou que o contexto nacional exige ajustes e conten��es, mas que n�o obteve todas as informa��es necess�rias para avaliar a situa��o atual de Minas. “� precipitado falar sobre as dificuldades econ�micas. Vamos, a partir de agora, ter os dados e apresentar um balan�o do estado, para que todos possamos saber qual � nosso ponto de partida”, disse Pimentel.
Na quinta-feira, tamb�m foram empossados o secret�rio da Fazenda, Jos� Afonso Bicalho, o subsecret�rio do Tesouro Estadual, Paulo de Souza Duarte, e o advogado-geral do estado, Onofre Batista J�nior. Na primeira entrevista como secret�rio, Bicalho afirmou que, antes de adotar qualquer medida, seria necess�rio fazer um balan�o das contas do estado, especialmente em rela��o a restos a pagar e eventuais sobras em caixa. J� Helv�cio Magalh�es comentou no mesmo dia que a situa��o financeira de Minas Gerais � “muito ruim” e que o projeto de or�amento deste ano, ainda em tramita��o na Assembleia, ser� reformulado. “A pe�a est� distante da realidade. H� uma superestima��o da receita”, disse na quinta-feira. (Colaborou Marcelo da Fonseca)
Reforma administrativa
O envio do projeto de reforma administrativa para a Assembleia Legislativa ficou para a pr�xima semana. Entre as medidas propostas, est�o o desmembramento da Secretaria do Turismo e Esporte, a cria��o de tr�s pastas (Recursos Humanos, Direitos e Cidadania e Desenvolvimento Agr�rio) e a extin��o de outras duas. O projeto dever� tramitar em regime de urg�ncia, sendo discutido com os parlamentares durante o recesso, para que possa ser votado em fevereiro, quando os novos deputados ser�o empossados. Para ser aprovada, a reforma administrativa ter� que passar pelas comiss�es de Constitui��o e Justi�a, Administra��o P�blica e Fiscaliza��o Financeira, antes de chegar ao plen�rio.