
Bras�lia – Apontado pelo doleiro Alberto Youssef como um dos benefici�rios do esquema de pagamento de propina com recursos da Petrobras, o l�der do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), pode comandar a C�mara dos Deputados, caso se confirme como o favorito dos parlamentares na elei��o para a Mesa Diretora em fevereiro, em meio a investiga��es contra ele pr�prio e cinco colegas. Al�m das apura��es da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico, o Psol, respons�vel pelo pedido de abertura de processo contra os deputados Luiz Arg�lo (SDD-BA) e Andr� Vargas (sem partido), no �mbito do Legislativo, re�ne-se nos pr�ximos dias para avaliar a possibilidade de requerer o mesmo contra os seis congressistas citados na Opera��o Lava-Jato.
Arg�lo escapou da cassa��o depois de manobras protelat�rias com o apoio de correligion�rios. J� Andr� Vargas perdeu o mandato em dezembro. Os deputados seguiram o parecer do relator J�lio Delgado (PSB-MG), que apontou quebra de decoro parlamentar do ex-petista por ter atuado na intermedia��o junto ao Minist�rio da Sa�de em favor do laborat�rio Labogen, de Youssef, preso em mar�o por participa��o em esquema de lavagem de dinheiro. O mesmo doleiro, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, disse que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, intermediava a entrega de propina tamb�m a Cunha. O peemedebista nega as acusa��es.
Al�m de Cunha, cinco parlamentares reeleitos foram citados na investiga��o do esquema. Em acordo de dela��o premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou os nomes de Vander Loubet (PT-MS), Nelson Meurer (PP-PR), Sim�o Sessim (PP-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Jos� Otavio Germano (PP-RS). Segundo o l�der do PSol na C�mara, Ivan Valente (SP), o partido vai avaliar a apresenta��o de pedidos de investiga��o contra todos. “Em reuni�o da bancada, vamos ver se h� elementos suficientes para pedir a apura��o. A den�ncia contra Cunha � muito grave”, diz.
As den�ncias contra Cunha, no entanto, n�o afetaram o apoio do PMDB, PTB, PSC, SD e DEM � sua candidatura para a Presid�ncia da C�mara. “As justificativas dele foram bastante claras. A bancada est� unida na ades�o a ele”, garante o l�der do PTB, Jovair Arantes (GO). O peemedebista L�cio Vieira Lima (BA) afirma que as �ltimas not�cias n�o afetaram “em um mil�metro sequer” o apoio da legenda a Cunha. O candidato diz que tem “absoluta convic��o” de que as informa��es de Youssef s�o falsas. Ele afirma que conhece Fernando Baiano, uma vez que o lobista era representante de uma empresa espanhola e, nessa condi��o, j� visitou seu escrit�rio. Ele nega qualquer outra liga��o com o investigado.
O presidente da C�mara pode ter interfer�ncia direta em processos de cassa��o de deputados, uma vez que ele � respons�vel por colocar os pedidos em pauta na Casa. Por uma rede social, Cunha reagiu �s den�ncias na madrugada de ontem. O peemedebista atribuiu o vazamento das informa��es � candidatura oponente � Presid�ncia da C�mara, em refer�ncia a Arlindo Chinaglia (SP), nome do PT para a disputa.
Nova CPI
Cunha disse ainda que vai pedir � bancada do PMDB que assine requerimento para uma nova CPI da Petrobras no Congresso. “Se antes j� achava inevit�vel a nova CPI mista, agora tenho certeza absoluta que, com nosso total apoio, ela ser� instalada”, registra o deputado. O governo reagiu.
O novo ministro-chefe da Secretaria de Rela��es Institucionais, Pepe Vargas, voltou a destacar que n�o v� necessidade de um novo colegiado porque o Minist�rio P�blico Federal, a Controladoria-Geral da Uni�o, o Judici�rio e a Pol�cia Federal j� apuram o caso. “Hoje essas institui��es funcionam, se algu�m acha que elas n�o funcionam que venham sustentar isso. N�s achamos que ela funcionam e que s�o eficientes no combate � corrup��o”, resumiu.
Ele tamb�m negou que o Planalto articule nos bastidores a condu��o da presid�ncia da C�mara. Segundo ele, o governo n�o interfere nos assuntos administrativos do Poder Legislativo, por respeitar a independ�ncia e a harmonia entre os poderes. “� um assunto pol�tico dos partidos que comp�em a C�mara dos Deputados. Existem tr�s candidaturas e o governo n�o interfere nesse assunto”, ressaltou.
Vander Loubet (PT-MS), Sim�o Sessim (PP-RJ) e Luiz Fernando Faria (PP-MG) negam qualquer envolvimento com os esquemas investigados pela Opera��o Lava-Jato. J� Jos� Ot�vio Germano (PP-RS) e Nelson Meurer n�o foram localizados pela reportagem.