O Minist�rio P�blico Federal (MPF) enfatiza no pedido de pris�o do ex-diretor da �rea intenarcional da Petrobras Nestor Cerver� que ele faz parte da "maior organiza��o criminosa que a hist�ria j� revelou" no pa�s. Segundo os procuradores, mesmo com as investiga��es da Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal (PF), a continuidade do esquema de corrup��o n�o foi estancada. A pris�o foi determinada no dia 1º de janeiro, mas efetivada somente nesta quarta-feira porque Cerver� estava em Londres.
Segundo os procuradores, h� evid�ncias de que Cerver� acumulou fortuna no Brasil e no exterior, oriunda dos crimes cometidos com os desvios da Petrobras. Segundo o MPF, foi necess�ria a decreta�ao da pris�o para evitar que os valores sejam ocultados da Justi�a.
"O que � certo, de tudo isso, � o enriquecimento esp�rio e a falta de conhecimento por parte do Estado de onde est�o as dezenas de milh�es de reais que recebeu criminosamente. Sabe-se que o dinheiro n�o est� com Cerver�, porque n�o est� em suas contas no Brasil. Em outras palavras, tudo indica que esse dinheiro est� sendo ocultado, o que tamb�m caracteriza lavagem de dinheiro", afirmam os procuradores.
Al�m dos valores ocultados, o Minist�rio P�blico reafirmou que mesmo ap�s a deflagra��o da Lava Jato, no ano passado, ficou comprovado que o esquema de corrup��o se estendeu at� 2014. "Assim sendo, neste item se observa que a dimens�o econ�mica dos crimes praticados por Cerver� e pela organiza��o criminosa em que se insere geram impacto gigantesco na ordem p�blica e econ�mica. Como dito, trata-se do maior esc�ndalo de corrup��o da hist�ria do Brasil. Mais do que tudo isso, � um esquema que n�o se tem provas de que foi estancado. Houve fatos em 2014 e, como antes demonstrado, Cerver� continua a praticar atos de lavagem. Isso tudo, mais uma vez, justifica a cust�dia cautelar", reafirmou o �rg�o.
Cerver� foi preso na madrugada de hoje, no Rio/Gale�o - Aeroporto Internacional Tom Jobim, ap�s desembarcar de um voo proveniente de Londres. Ele foi encaminhado para a Superintend�ncia da PF em Curitiba, onde outros investigados na Lava Jato est�o presos.
De acordo com relat�rio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia 16 de dezembro Cerver� sacou R$ 500 mil em um fundo de previd�ncia privada e transferiu o valor para sua filha, mesmo tendo sido alertado pela gerente do banco de que perderia 20% do valor. Em junho do ano passado, Cerver� havia transferido im�veis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na intepreta��o do MPF, o ex-diretor tentou blindar seu patrim�nio, e por isso a pris�o foi requerida.
O advogado de Cerver�, Edson Ribeiro, disse que n�o houve ilegalidade na transfer�ncia de bens para parentes, e estranhou a pris�o de seu cliente. “Desde 1º de abril coloquei o Nestor Cerver� � disposi��o tanto do Minist�rio P�blico quanto da Pol�cia Federal, e nenhum dos dois �rg�os se interessou em ouvi-lo. At� ontem [13], ningu�m o havia procurado. Al�m disso, quando ele foi para a Inglaterra, comuniquei ao Minist�rio P�blico e � Pol�cia Federal que ele estava viajando e que voltaria em janeiro. Deixei, inclusive, o endere�o onde ele estava”.