
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu nesta quinta-feira, a presidente da Petrobras, Gra�a Foster, e membros da atual diretoria, isentou-os de envolvimento com os esc�ndalos de corrup��o envolvendo a estatal e disse estar "otimista" com os rumos da empresa. Para o ministro, a companhia enfrenta uma "converg�ncia de fatores negativos" e seu maior problema � que as empresas contratadas para fazer parte de seus investimentos est�o "enroladas" na Opera��o Lava Jato.
"At� hoje, n�o h� uma prova sequer contra Gra�a Foster. At� hoje, n�o h� uma prova sequer contra esses diretores que a� est�o. N�o seria justo, vendo o esfor�o que a Petrobras est� fazendo com seus t�cnicos e sua diretoria, de recupera��o de gest�o e efici�ncia, puni-los sem dar a chance para que apresentem os resultados que a Petrobras aponta que apresentar�", afirmou Braga, em entrevista exclusiva ao Broadcast, ressaltando que mudan�as no conselho de administra��o j� est�o em estudo pelo governo.
A fala do ministro � uma resposta indireta �s manifesta��es do advogado de Nestor Cerver�, Edson Ribeiro, que considerou arbitr�ria a pris�o do executivo nessa quarta e chegou a dizer que, se ele foi preso, Gra�a Foster tamb�m deveria ser. Cerver� foi detido a pedido do Minist�rio P�blico Federal, que o acusou de ter realizado transa��es financeiras para ocultar seus bens.
Braga justificou seu "otimismo" com os rumos da estatal alegando que h� "duas Petrobras", uma que est� "sob investiga��o" e outra que � uma "institui��o brasileira", respons�vel por parte do planejamento do setor energ�tico.
O posicionamento do ministro ocorre em meio �s manifesta��es do Minist�rio P�blico Federal do Paran�, que afirmou que n�o h� indicativos de que o esquema criminoso na Petrobras foi estancado. "Pelo contr�rio, h� not�cias de pagamentos de 'propinas' efetuados por empresas para diretores da Petrobras mesmo em 2014", assinala a Procuradoria da Rep�blica no pedido de pris�o preventiva do ex-diretor da �rea Internacional da estatal Nestor Cerver�, preso na madrugada de quarta-feira.
Pre�o do barril
A converg�ncia de fatores negativos, afirmou Braga, "atropelou" a Petrobras. "Teve a Lava Jato e veio a queda do pre�o do barril de petr�leo", disse.
"A queda do pre�o do barril, se por um lado ajuda a Petrobras porque facilita o fluxo de caixa, por outro lado faz com que os desafios para os estudos econ�micos dos investimentos no pr�-sal sejam cada vez mais desafiadores", completou Braga, lembrando que, h� seis meses, ningu�m imaginava que a cota��o do barril de petr�leo poderia estar abaixo de US$ 60,00.
Investimentos. Apesar disso e embora a Petrobras j� tenha anunciado, ap�s o adiamento da publica��o de seu balan�o do terceiro trimestre do ano passado, que tomar� medidas para preservar o caixa, Braga refutou queda nos investimentos da estatal neste ano.
"Os investimentos deste ano est�o em curso. O que tem problema nos investimentos � que as empresas que estavam contratadas est�o enroladas na Lava Jato. E isso precisa ter uma sa�da jur�dica. Isso traria um preju�zo para o Pa�s incalcul�vel", disse.
O ministro ponderou que a contrata��o de companhias substitutas depende de licita��o e que h� outros caminhos, como as prestadoras de servi�os envolvidas nos esc�ndalos de corrup��o firmarem acordos de leni�ncia ou termos de ajustamento de conduta com o Minist�rio P�blico.
"Talvez o melhor caminho n�o seja anular os contratos e trazer empresas estrangeiras. Elas vir�o por que pre�o? Como vai ser a licita��o? Isso que atrasaria os investimentos. O problema da Petrobras � a capta��o de recursos para a contrata��o de futuros investimentos", completou o ministro.
Braga cumpriu agenda no Rio na manh� desta quinta-feira, onde gravou entrevista para o canal por assinatura GloboNews e, em seguida, reuniu-se com a equipe da Empresa de Planejamento Energ�tico (EPE).