S�o Paulo - O PSDB concluiu a forma��o do grupo que ser� respons�vel pela auditoria do resultado das elei��es e os trabalhos come�aram nesta semana em Bras�lia, mas o partido est� dividido sobre o que fazer depois da conclus�o da an�lise.
A expectativa com o resultado da apura��o � grande no PSDB. Quando o coordenador jur�dico da campanha presidencial de A�cio Neves, o deputado federal Carlos Sampaio (SP), pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a auditoria especial quatro dias depois do pleito, a decis�o incomodou parte dos tucanos. Al�m de reclamarem que n�o houve debate interno sobre o tema, membros do PSDB diziam, reservadamente, que o resultado da investida podia ser um "tiro no p�". Presidente da sigla, A�cio chancelou a iniciativa.
Se a averigua��o n�o constatar nenhuma irregularidade ou apontar apenas pequenas falhas pontuais, a auditoria abrir� um flanco para que os petistas acusem os advers�rios de que queriam "vencer no tapet�o" ou "for�ar um terceiro turno". "Essa iniciativa foi uma roubada para o PSDB, que foi muito mal orientado. Se ficar provado que n�o houve irregularidade nenhuma, eles tentar�o deixar isso de lado para cair no esquecimento", diz o deputado Paulo Teixeira (SP), membro da executiva do PT.
Embora o rep�dio � a��o do PSDB, considerada "oportunista", seja un�nime no PT, o partido questiona internamente h� v�rios anos a seguran�a do sistema de urnas eletr�nicas. Desde 2002 o PT tem um n�cleo t�cnico encarregado de fiscalizar e acompanhar as mudan�as do sistema. Dirigentes importantes do PT defendem aprimoramentos como, por exemplo, a impress�o dos votos, como forma de garantir a possibilidade de auditorias. "O PSDB deveria se preocupar em aprimorar o processo eleitoral de forma que se possa fazer auditorias seguras com a ado��o do voto impresso. Da forma como age neste momento, o PSDB questiona a democracia, e n�o o processo. Vamos olhar para a frente", disse o secret�rio-geral do PT, Geraldo Magela.
Entre os tucanos ouvidos pela reportagem, as opini�es sobre as provid�ncias em caso de comprovadas as falhas (ou fraudes) divergem. "Se chegarem � conclus�o que alguma irregularidade tenha invertido o resultado da elei��o, o partido ter� que tomar medidas para dar legitimidade ao processo", avalia o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. "Se n�o encontrarmos nada, isso trar� tranquilidade. Se encontrarmos algo grave, isso ser� importante para que, no futuro, o resultado seja mais fidedigno", pondera o advogado Fl�vio Henrique Costa Pereira, coordenador do grupo de trabalho dos tucanos.
O pr�prio coordenador jur�dico do PSDB, Carlos Sampaio, chegou a descartar a hip�tese de tomar qualquer medida para reverter o resultado da elei��o mesmo que fique comprovado que o sistema falhou. "Devemos aguardar o resultado com tranquilidade. A parte pol�tica do resultado s� deve ser avaliada depois. De qualquer forma, a auditoria devia ser uma rotina", diz o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), secret�rio-geral do PSDB.
Apontadas pelos tucanos no ano passado como evid�ncias de fraude ou falha no processo de vota��o, as den�ncias enviadas por eleitores e militantes pelas redes sociais ou por mensagens de Whats App foram descartadas pelo grupo de trabalho. "As den�ncias n�o ter�o grande relev�ncia (no processo), j� que em v�rias situa��es elas n�o se confirmaram", diz o advogado do PSDB.
"Vamos analisar no final os dados de 270 munic�pios, dez por estado", explica. "Em algumas cidades de Minas, por exemplo, o resultado final ficou muito aqu�m das pesquisas e da expectativa com o trabalho na campanha", afirma o coordenador. Ainda segundo ele, os crit�rios n�o podem ser pormenorizados, porque foi assinado um termo de confidencialidade. Al�m do grupo de trabalho, o partido contratou uma empresa especializada em tecnologia da informa��o para auxiliar o processo.