A presidente Dilma Rouseff (PT), que faz tempo anda sumida do grande p�blico – s� um seleto p�blico privado tem tido encontros com ela no Pal�cio do Planalto – faz hoje a primeira reuni�o ministerial de seu segundo mandato. E o script j� est� tra�ado. Para ingl�s ver, ela vai determinar que os ministros cumpram rigorosamente o corte de 20% no or�amento que ela imp�s a todas as pastas. E, claro, vai pedir que isso seja feito sem preju�zo dos programas e obras. S� com m�gica ent�o, ou h� muito gordura sobrando e a faca ser� usada mais suavemente.
Na verdade, por�m, a presidente Dilma vai aproveitar a reuni�o para fazer uma esp�cie de desagravo � sua equipe econ�mica, que tem sido alvo de fogo amigo: os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, al�m do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. � que lideran�as petistas do porte de um Jos� Dirceu t�m condenado a escolha da presidente, tanto da equipe quanto da condu��o da pol�tica econ�mica. Em privado, at� o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) j� deu pitacos que Dilma n�o gostaria de ouvir.
O fato � que o governo demorou a tomar as medidas que deveria fazer por causa do per�odo eleitoral, o que fez a situa��o piorar ainda mais. Foi perdul�rio e escondeu da popula��o a verdadeira crise.
E n�o adianta querer usar a desculpa de que a crise � mundial – motor da economia mundial, os Estados Unidos voltaram a crescer j� h� algum tempo, na ordem de 5% no ano passado, embora a Europa ainda enfrente problemas. Al�m disso, no auge dos problemas nos pa�ses ricos, o Brasil surfava em boa situa��o.
“Senhores, quero apresentar a voc�s. Este aqui � o Joaquim, este o Nelson e aquele o Alexandre. Depois de mim, eles � que mandam.” Deve ser assim a primeira fala de Dilma na reuni�o.
Enxugando a m�quina
A edi��o de s�bado do Minas Gerais, di�rio oficial do estado, trouxe 87 exonera��es, a maioria delas no Escrit�rio de Prioridades Estrat�gicas, que perder� o status de secretaria na reforma administrativa do governador Fernando Pimentel (PT) e ter� seu papel reduzido na gest�o do petista. Al�m disso, a Diretoria Central de Gest�o de Direitos do Servidor publicou o resultado de processos em que considerou ilegal v�rios ac�mulos de cargos na administra��o p�blica estadual. Semana passada, em of�cio enviado a todos os secret�rios, o governo determinou que 20% dos cargos comissionados fiquem vagos.
Avon chama
A presidente Dilma Rousseff (PT) anda sumida, mas recebe no Pal�cio do Planalto algumas pessoas especiais, como empres�rios. Na �ltima sexta-feira, por exemplo, quem esteve com ela foi a presidente da Avon Global, Sheri McCoy, e o presidente da Avon Brasil, David Legher. Discutiram a atua��o da empresa no pa�s e sua contribui��o socio-econ�mica, inclusive para o fortalecimento e autonomia da mulher brasileira. Atualmente, o Brasil � o principal mercado da Avon no mundo, contando com um time de 1,5 milh�o de revendedoras presentes em todas as regi�es. “Fiquei satisfeita com o resultado do encontro. O di�logo est� aberto”, afirmou Sheri McCoy.
Bandido bom...
Morreu ontem, aos 89 anos, de traumatismo craniano, depois de tomar um tombo em casa, o lend�rio secret�rio de Estado de Seguran�a P�blica Jos� Rezende, que foi tamb�m deputado federal. � dele a c�lebre frase que “bandido bom � bandido morto”.
A voz do leitor
Escreve o arquiteto Kleber Pereira Gon�alves: “Mas o governo estava mais ocupado em reeleger a presidente Dilma Rousseff (PT) e esconder da popula��o a verdadeira situa��o do pa�s. Baptista Chagas de Almeida mais uma vez pegou na veia. Nunca antes neste pa�s tanta coisa foi empurrada para baixo do tapete por quem dizia que os tucanos � quem exerciam essa pr�tica. E para cima do tapete foi jogado todo o lixo, na campanha mais s�rdida a que assisti. Os candidatos de oposi��o foram desqualificados com mentiras e terrorismo, atribuindo-se a eles tudo que est� sendo feito pela presidente. Maquiavel tem nessa turma seu discipulado, que, para se manter no poder, exerce a nefasta pr�tica de os fins justificarem os meios”.
Qualidade liter�ria
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou balan�o de sua gest�o e divulgou relat�rio para dizer que fez uma economia estimada de R$ 530 milh�es no ano passado. Estimada? Eu, hein! Mas o melhor ainda estava por vir. No documento, ele fez quest�o citar “o exemplo de um conterr�neo, o escritor Graciliano Ramos (1892-1953), que, quando prefeito de Palmeira dos �ndios (AL), notabilizou-se pela seriedade no uso do dinheiro p�blico e pela qualidade liter�ria de seus relat�rios.”
PINGAFOGO
Depois de se encontrar com deputados tucanos ontem, em S�o Paulo, o candidato � presid�ncia da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve encontro com o governador do Paran�, Beto Richa (PSDB). A� tem!
N�o � por nada n�o, mas o candidato J�lio Delgado (PSB-MG), que tamb�m disputa o comando da C�mara dos Deputados e tem o apoio do tucanos, a esta altura j� deve estar com a pulga atr�s da orelha. Ou vai participar da estrat�gia.
Por falar em tucanos, o l�der do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, decidiu esperar at� a �ltima hora para descer do muro na elei��o do novo presidente da Casa. � mesmo o velho estilo do partido.
Os tucanos buscam uma alternativa contra a reelei��o do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem sido um fiel escudeiro do Pal�cio do Planalto. E h� muitos insatisfeitos na base governista.
Para ado�ar um pouco a coluna: as exporta��es de mel e outros produtos ap�colas cresceram 304% nas vendas para os Estados Unidos e 30% para a Alemanha no ano passado, em compara��o com 2013.
De acordo com o Minist�rio de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, no ano passado, 1,4 mil toneladas de produtos ap�colas, incluindo mel, cera e pr�polis, foram embarcadas para outros pa�ses. Crescimento de 133% em rela��o a 2013.