Wilson Tosta, 26 - A ex-presidenci�vel do PSB Marina Silva afirmou nesta segunda-feira, 26, que o Pa�s vive graves crises econ�mica e ambiental que teriam sido encobertas na campanha eleitoral. Esquivou-se, por�m, de criticar explicitamente o governo Dilma Rousseff pelos problemas. Em evento para receber assinaturas de apoio ao partido Rede Sustentabilidade, quando instada a se posicionar sobre as medidas do governo para ajustar a economia, Marina n�o respondeu diretamente. Apenas disse que suas opini�es "j� est�o nas redes sociais".
Antes, em discurso, a ex-presidenci�vel dissera que a Rede se decidira por uma postura de "independ�ncia". Fora, por�m, enf�tica em algumas cr�ticas, embora sem mencionar nenhum nome.
"N�o se pode fazer um discurso para ganhar e um discurso para governar", discursou. "� preciso ter coer�ncia e fazer aquilo que � necess�rio. Fizemos uma reuni�o da dire��o nacional da Rede em que colocamos claramente que teremos uma posi��o de independ�ncia. E por que independ�ncia? Eu sempre dizia: precisamos quebrar a l�gica da oposi��o pela oposi��o, que s� v� defeitos onde existem qualidades que s�o evidentes; e acabar com a l�gica da situa��o pela situa��o, que s� v� virtudes, mesmo quando os erros s�o evidentes."
Marina repudiou as cr�ticas de que um de seus erros na campanha foi ter apresentado um programa de governo, que virou alvo de ataques. Afirmou que, para governar um pa�s do tamanho e import�ncia do Brasil, um candidato deve mostrar que pretende.
"� bom ganhar a elei��o, mas � bom ganhar (com) as pessoas sabendo o que se vai fazer", disse. "Para que voc� tenha o respaldo no que vai fazer e para que o cidad�o possa decidir se quer ou n�o eleger, sabendo o que voc� vai fazer. Isso � a democracia, exige transpar�ncia, exige responsabilidade." Ela ressaltou ainda n�o se arrepender de sua postura em 2014.
A ex-presidenci�vel afirmou que os problemas com a �gua e a energia deveriam ter sido enfrentados antes. As medidas que prop�s foram racionamento e diversifica��o da matriz energ�tica. A crise, por�m, n�o podia ser abordada (presumivelmente pela presidente Dilma, que Marina n�o mencionou) no ano passado, porque era per�odo eleitoral.
"Vivemos uma grave crise. Uma crise econ�mica grav�ssima, que precisa ser enfrentada com transpar�ncia, que n�o � o mundo cor de rosa do marketing eleitoral. A popula��o tinha o direito de saber que problemas graves estavam acontecendo em rela��o � nossa economia", discursou.
Assinaturas
O evento de recebimento de assinaturas de apoio � legaliza��o da Rede Sustentabilidade, em um audit�rio da Caixa de Assist�ncia dos Advogados do Rio de Janeiro (CAARJ), reuniu cerca de 80 pessoas. Segundo Marina, na segunda tentativa de legalizar a agremia��o, a ideia do partido � ter 100 mil apoios, com a perspectiva de validar de 40 mil a 42 mil deles. Com as assinaturas entregues ontem, o Rio chegou a 10.500.
A entrega dos documentos foi feita a Marina diretamente por militantes que posavam com a ex-candidata para fazer fotos com celular. Ela tamb�m posou com dois aliados, o deputado federal Miro Teixeira (PROS-RJ) e o vereador Jefferson Moura (PSOL), com a pilha de pap�is.
Em 2013, Marina n�o conseguiu n�mero suficiente de apoios para criar o partido, por isso se filiou ao PSB, para ser candidata a vice de Eduardo Campos. Ela se emocionou ao falar da forma inesperada como entrou na campanha como presidenci�vel, quando Campos morreu na queda do avi�o em que viajava.