Bras�lia e S�o Paulo, 26 - O PSB recorreu ao presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves (MG), para evitar a defec��o dos tucanos na elei��o para a Presid�ncia da C�mara dos Deputados. Oficialmente, o PSDB apoia a candidatura de J�lio Delgado (PSB-MG), considerado como azar�o na disputa.
A c�pula do PSB se reuniu na tarde desta segunda-feira, 26, em Bras�lia para discutir a estrat�gia de campanha na �ltima semana. O partido procurou os l�deres do PSDB, PV e PPS para que reforcem o apelo �s suas bancadas.
Os dirigentes do partido disseram que A�cio se comprometeu em intensificar a atua��o junto aos demais partidos e sua bancada nesta semana, de forma a garantir os votos necess�rios para Delgado. "� bom a gente confiar nas lideran�as do PSDB", disse o ex-governador do Esp�rito Santo e presidente da Funda��o Jo�o Mangabeira, Renato Casagrande.
Delgado fez um discurso de otimismo e disse que sua candidatura incomoda os advers�rios porque refor�a a exist�ncia de um segundo turno. Apesar das amea�as de trai��o entre os tucanos, o candidato disse considerar que apenas 10% do bloco de 106 parlamentares votem em outros candidatos. "Dissid�ncias ocorrer�o em todas candidaturas, mas na nossa ser� residual", previu Delgado.
Cunha
Depois de anunciar em dezembro o apoio formal � candidatura de J�lio Delgado (PSB) � presid�ncia da C�mara, deputados do PSDB j� admitem que a sigla pode rever sua posi��o e embarcar no projeto de Eduardo Cunha (PMDB) no primeiro turno da disputa. A avalia��o dos tucanos � que o peemedebista representa hoje um nome alinhado � oposi��o ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Com o apoio da sigla, que contar� com 54 deputados na pr�xima legislatura e ser� a terceira maior bancada, Eduardo Cunha poderia vencer o petista Arlindo Chinaglia no primeiro turno. Se forem mesmo o fiel da balan�a, os tucanos ter�o condi��es de negociar um lugar de destaque na Mesa Diretora e em comiss�es tem�ticas. O principal pleito � manter a 1� secretaria, que est� na cota do PSDB desde 2009.
"Meu sentimento � de que um ter�o da bancada vai caminhar com Cunha. � preciso ver qual ser� a posi��o do partido na Mesa Diretora. Como fazer uma oposi��o fragilizada?", questionou o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), um dos que trabalham pela candidatura de Cunha. Embora oficialmente ainda estejam fechados com Delgado, dirigentes tucanos j� admitem abertamente que ser� dif�cil garantir a unidade da bancada.
"H� uma orienta��o nesse sentido (de apoiar Delgado), mas o voto � secreto. N�o h� como garantir (o apoio de toda a bancada)", disse o deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista. Ele comandou nesta segunda-feira um almo�o dos deputados tucanos paulistas com Cunha em restaurante da capital. Na sa�da do encontro, o peemedebista disse ter seguran�a de que "a elei��o ser� resolvida no primeiro turno". O candidato do PMDB chegou acompanhado do deputado Paulinho da For�a, presidente do Solidariedade, que esteve com ele ao longo do dia nas agendas da capital.
A poss�vel debandada do PSDB da candidatura de Delgado, movimento que � liderado por parlamentares de S�o Paulo, Paran� e Santa Catarina, j� causa diverg�ncia. "N�o podemos abandonar companheiros. Hoje a candidatura que n�o est� vinculada � base � a do J�lio Delgado. Apoi�-lo � algo importante para o PSDB", afirmou o deputado Domingos S�vio (PSDB-MG). Depois de participar de eventos em S�o Paulo, Eduardo Cunha embarcou para o Paran� e se encontrou o governador tucano Beto Richa.
O principal argumento dos tucanos � que o apoio a Cunha j� no primeiro turno seria decisivo para derrotar o Pal�cio do Planalto, que est� atuando fortemente para eleger Chinaglia. Na avalia��o de deputados do PSDB, um segundo turno contra o PT n�o seria f�cil, j� que o governo jogaria pesado utilizando a m�quina. Por outro lado, o rompimento com Delgado fortaleceria as correntes do PSB que defendem uma reaproxima��o com a presidente Dilma Rousseff.