S�o Paulo - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em dela��o premiada � for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato que o executivo Rog�rio Santos de Ara�jo, diretor da Odebrecht Plantas Industriais e Participa��es, foi quem sugeriu a ele que "abrisse conta no exterior" para receber propinas da empresa no montante de US$ 23 milh�es.
O ex-diretor da Petrobras, primeiro delator da Lava-Jato, disse que abriu a conta por interm�dio de "uma pessoa indicada" por Ara�jo.
Segundo Costa, o indicado pelo diretor da Odebrecht chama-se Bernardo Freiburghaus, da Diagonal Investimentos Agente Aut�nomo de Investimentos Ltda., no Rio de Janeiro. Procurado em sua casa, a informa��o foi de que ele estaria viajando.
A Odebrecht nega veementemente o que classifica de "alega��es caluniosas do r�u confesso e ex-diretor da Petrobr�s". A empresa recha�ou "qualquer pagamento ou dep�sito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal."
Por seu lado, Rog�rio Ara�jo chama a dela��o de Costa de "question�vel e ilegal". Ara�jo nega ter feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal ao delator.
A conta na Su��a foi aberta exclusivamente para receber US$ 23 milh�es em propinas da Odebrecht, segundo o ex-diretor da Petrobr�s. Ele disse que espalhou esse valor em outras contas que abriu posteriormente na mesma institui��o financeira.
Procuradores da Rep�blica que integram a for�a tarefa do Minist�rio P�blico Federal na Opera��o Lava Jato viajaram � Su��a em busca dos extratos das contas de Paulo Roberto Costa.
Os procuradores querem identificar os caminhos da fortuna do ex-diretor da estatal petrol�fera, desde o ponto de partida at� os dep�sitos no banco su��o. Eles suspeitam que o dinheiro circulou por contas de offshores para ocultar o verdadeiro pagador.
Outras contas. Investigadores da Lava Jato est�o convencidos de que Costa recebeu comiss�es de outras empreiteiras do cartel que assumiu o controle de contratos bilion�rios da estatal. Eles acreditam que o ex-diretor omitiu a exist�ncia de valores depositados em para�sos fiscais, o que poder� lhe custar os benef�cios da dela��o premiada, inclusive o regime domiciliar em que se encontra desde que fechou o acordo.
A linha de racioc�nio dos investigadores � que outros integrantes do esquema de corrup��o que ocupavam cargos inferiores ao de Costa ganharam muito mais que os US$ 23 milh�es que ele diz ter recebido - citam o exemplo do ex-gerente da Diretoria de Servi�os Pedro Barusco, que abriu m�o de cerca de US$ 100 milh�es, a maior parte abrigada no exterior.
Se o rastreamento que est� em curso identificar, de fato, ativos de propriedade do ex-diretor da Petrobr�s em outras pra�as a dela��o que ele fez ser� declarada nula - na pr�tica, ele volta para a pris�o e fica sujeito a pena superior a 50 anos por lavagem de dinheiro, corrup��o e organiza��o criminosa.
Odebrecht
A Odebrecht, em nota, repudiou categoricamente as declara��es do ex-diretor de Abastecimento da Petrobr�s, Paulo Roberto Costa. A empresa afirma que n�o fez pagamentos ou dep�sitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal.
Nota da Odebrecht
"A Odebrecht nega veementemente as alega��es caluniosas feitas pelo r�u confesso e ex-diretor da Petrobras. Nega em especial ter feito qualquer pagamento ou dep�sito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal."
Rog�rio Ara�jo
O diretor da Odebrecht Rog�rio Ara�jo nega ter realizado qualquer pagamento para Paulo Roberto Costa. Ele classifica os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobr�s de "question�vel e ilegal dela��o premiada"
Nota de Rog�rio Ara�jo
"N�o se tem acesso aos mencionados 80 depoimentos de Paulo Roberto Costa, fruto dos termos sigilosos de uma question�vel e ilegal dela��o premiada, fato que impede qualquer manifesta��o. Rog�rio nega ter feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal ao delator."