
O novo ataque da ex-ministra Marta Suplicy (PT) contra o governo da presidente Dilma Rousseff e contra seu pr�prio partido mostra, na avalia��o de petistas, que h� pouco ou nenhum espa�o para ela continuar na sigla.
Dirigentes do PT foram surpreendidos pelo artigo, publicado nesta ter�a, 27, no jornal Folha de S.Paulo, no qual a petista afirma que n�o h� "transpar�ncia na condu��o da economia no governo Dilma" e que a situa��o atual "n�o � nada r�sea como foi apresentada na elei��o". Mais uma vez o PT n�o foi poupado: na avalia��o de Marta, o partido "agora est� atarantado sob s�rias den�ncias de corrup��o".
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), ao reiterar as cr�ticas feitas em entrevista ao Estado no �ltimo dia 11, fica dif�cil haver um entendimento para a perman�ncia de Marta no partido. "Com a posi��o reiterada, fica dif�cil acreditar que ela tenha portas abertas para um entendimento", disse. "Parece que n�o h� muita abertura para isso."
A investida de Marta atinge em cheio o Pal�cio do Planalto e o PT no mesmo dia em que Dilma realiza sua primeira reuni�o ministerial e tenta reagir a uma enxurrada de not�cias negativas, como o corte a benef�cios previdenci�rios e a crise no abastecimento de energia e de �gua.
Os petistas temem que o prov�vel desembarque de Marta do PT e sua candidatura � Prefeitura de S�o Paulo por um outro partido "rache" os votos de Fernando Haddad, que dever� concorrer � reelei��o na capital no pleito de 2016. Se j� havia dificuldades em restabelecer pontes, o artigo "azedou" de vez o clima, uma vez que os dirigentes esperavam que a senadora, ao menos ouvisse, o que a sigla teria a lhe oferecer.
"Estamos vivendo um per�odo de morde e assopra, de cr�ticas e afagos, inclusive de correligion�rios de nossa dire��o partid�ria, mas a Marta exagerou nessas cr�ticas reiteradas, o que s� dificulta a reconstru��o do di�logo para a sua manuten��o no PT", diz um dos membros da executiva da sigla.
Em conversas reservadas, alguns dirigentes n�o poupam a senadora de cr�ticas, alegando que ela n�o abriu a brecha necess�ria para o di�logo construtivo, ao mesmo tempo em que tenta se descolar do partido, como se nunca tivesse integrado as suas fileiras. "Ao criticar de forma contundente o partido, seus dirigentes e a pr�pria presidente da Rep�blica, Marta se esquece que ainda � integrante do PT e que, inclusive, ocupou uma cadeira ministerial da gest�o que agora critica. Se ela n�o est� contente com os rumos atuais, ela deveria ter feito alguma coisa l� atr�s, criticar agora � muito f�cil. � uma forma de tentar se eximir de responsabilidade", diz um outro dirigente.
A crise entre Marta e o PT se tornou p�blica com as declara��es da petista ao Estado, quando ela chamou o ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante de "inimigo" do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e sentenciou que "o PT ou muda ou acaba".
Um dos l�deres da Mensagem ao Partido, mais cr�tica aos rumos do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP), disse que o artigo da senadora � "injusto e equivocado". "� uma avalia��o do momento pol�tico extremamente equivocada. N�o consegue enxergar que n�s tivemos um governo que conseguiu gerar emprego, distribuiu renda e garantiu direitos", rebateu.