S�o Paulo, 06 - N�o h� a menor certeza sobre a candidatura de Luiz In�cio Lula da Silva � sucess�o de Dilma Rousseff em 2018, mas o ex-presidente � o �nico nome capaz de unir um partido dividido, que vive momento de disputa interna neste in�cio de mandato. A avalia��o � do historiador Lincoln Secco, professor da USP, ex-militante e autor de 'Hist�ria do PT'. Para ele, o partido tem � sua frente um horizonte eleitoral dif�cil, com a presidente Dilma Rousseff preocupada mais em fazer um "mandato biogr�fico" do que em vencer as pr�ximas elei��es.
Em entrevista ao
Broadcast Pol�tico
, Secco falou do partido que comemorou nesta sexta-feira,6, 35 anos de funda��o vivendo um dos momentos mais complicados de sua hist�ria, � frente de um Pa�s em crise econ�mica e enfrentando den�ncias de corrup��o. O ato de anivers�rio em Belo Horizonte acontece um dia depois de o tesoureiro Jo�o Vaccari Neto ser levado pela Pol�cia Federal para prestar depoimento. Antes do ato, est� marcada uma reuni�o do Diret�rio Nacional que promete ser tensa.
Secco participa do conselho da revista Teoria e Debate, da Funda��o Perseu Abramo, e ainda � filiado ao PT, "por enquanto", segundo suas palavras. Mas h� muito tempo est� afastado da milit�ncia pol�tica e adota um tom cr�tico sobre os rumos da legenda. "Odiaram meu livro", disse o professor, que � doutor em Hist�ria Econ�mica.
Questionado sobre a possibilidade de Lula perder for�a e n�o se candidatar diante da hip�tese de sucesso do segundo mandato de Dilma, o professor disse que, em qualquer cen�rio, o candidato ser� decidido pelo PT. "Ningu�m, nem a Dilma, � capaz de tirar uma candidatura do Lula. E qualquer candidato, mesmo que n�o seja o Lula, depende do apoio do Lula. Ele e Dilma t�m uma rela��o de amor e �dio que n�o deixa que eles se separam. O governo dela (Dilma) ficaria invi�vel sem ele e, ao mesmo tempo, o partido precisa da m�quina do governo para se reeleger. Sem o Lula a situa��o do PT n�o � boa e ainda vai depender muito do resultado de 2016", analisou.
Na opini�o historiador, o discurso de unir a esquerda � um "jogo de cena" com o objetivo de influenciar o governo em resposta � perda de espa�o do PT e, consequentemente, das cr�ticas �s op��es pol�ticas da presidente Dilma. "Sem rupturas, o PT � governo. Mas no curto prazo � imposs�vel uma mudan�a de rota. O PT � hoje um transatl�ntico encalhado. � muito grande o partido, com muitos interesses, n�o d� para fazer um cavalo de pau".
Sobre uma poss�vel volta de Marta Suplicy ao PT, Lincoln Secco acredita que n�o h� retorno, pois as cr�ticas ao governo feitas pela ex-senadora foram vistas como desleais dentro do partido. Na sua opini�o, diante de uma prov�vel candidatura, Marta n�o venceria a elei��o para a prefeitura de S�o Paulo. "Acho que ela n�o vence, mas � capaz de impedir que Haddad ven�a", concluiu.