Bras�lia, 11 - O ministro-chefe da Secretaria de Rela��es Institucionais, Pepe Vargas, confirmou ao Estado que a presidente Dilma Rousseff se re�ne nesta quinta-feira, 12, em S�o Paulo, com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Negou, no entanto, que o encontro seja para "pedir socorro" ao ex-presidente para vencer o isolamento em que se encontra ou tentar ajudar a contornar os problemas enfrentados pelo governo seja pol�tica, seja economicamente.
Pepe Vargas aproveitou ainda para elogiar o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), pela iniciativa de querer ouvir todos os 39 ministros do governo, semanalmente, �s quintas-feiras, acrescentando que n�o houve constrangimento por isso. "Nenhum constrangimento. Muito pelo contr�rio, quero parabenizar Eduardo Cunha pela iniciativa", disse ele, acrescendo que "o governo v� isso com bons olhos porque isso ajudar� os ministros que ter�o um espa�o privilegiado para informar ao parlamento as prioridades de suas pastas e as a��es que est�o desenvolvendo". E emendou: "os ministros n�o podem achar que isso os atrapalha. Muito pelo contr�rio. Achamos isso muito positivo para um governo que quer estabelecer di�logo de forma transparente, clara e aberta. N�o h� problema algum pra n�s. � um convite. Tranquilo".
Ao comentar o encontro de Dilma e Lula, Pepe Vargas minimizou ao ser questionado se o ex-presidente ia dar conselhos para a presidente reverter a nova crise pol�tica que o Planalto enfrenta, com sucessivas derrotas no Congresso e mais uma rebeli�o da pr�pria base aliada e para aconselh�-la a sair do isolamento. "Entre os dois n�o tem isso de pedir socorro. Eles v�o repassar os dados da conjuntura e esta � uma daquelas reuni�es que eles fazem de vez em quando para trocar impress�es", declarou o ministro, negando, ainda, que a presidente Dilma esteja isolada.
"N�o considero que haja um processo de isolamento. Acho que as pessoas est�o dizendo que, n�o s� a presidenta, mas o governo como um todo precisa dialogar mais, tem de se comunicar mais. N�o � um problema s� da presidenta, mas o conjunto do governo que tem de fazer isso", declarou o ministro. Segundo Pepe Vargas, este encontro era para ter ocorrido em Belo Horizonte, quando os dois se encontraram na sexta-feira passada, dia 6, no anivers�rio do PT, mas n�o foi poss�vel. "Faz um tempo que n�o sentaram. T� na hora de sentar pra conversar e isso vai ter sempre, de quando em quando", emendou.
Derrotas
Ao recha�ar as avalia��es de que governo tenha sofrido seguidas derrotas impostas pelo Congresso e, particularmente pelo novo presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha, Pepe Vargas comentou que "essa tese de que o governo s� tem tido derrotas n�o � verdadeira", explicando que, no caso do or�amento impositivo, por exemplo, o governo orientou a sua bancada a votar favoravelmente. Mas, em rela��o ao pagamento de emendas aos novos parlamentares que redundar� em um aumento de gastos do or�amento da ordem de R$ 2,4 bilh�es, em momento de ajuste fiscal, o ministro justificou que o senador Romero Juc� (PMDB-RR), relator da proposta, informou ao governo sua disposi��o e explicou que est� tentando buscar recursos para garantir este desembolso n�o previsto no or�amento de 2015.
"O Juc� comunicou que est� tentando encontrar uma solu��o para isso e o governo est� aberto a discutir este tema", comentou o ministro, reconhecendo que "� evidente que os parlamentares que est�o chegando representam regi�es e cidades e t�m toda a legitimidade de, desde o seu primeiro ano de mandato, querer resolver problemas das suas comunidades".
O ministro da SRI citou que o governo "n�o encara isso como uma coisa ruim". Mas ressalvou, no entanto, que "a quest�o toda � como vamos encontrar os recursos para bancar isso". Ele salientou que o senador Juc� "n�o agiu pelas costas, mas sim agiu de forma clara e transparente com o governo" e, al�m disso, "est� tentando encontrar uma solu��o e vai apresentar no relat�rio final".
Lei trabalhista
Sobre as Medidas Provis�rias que tratam da legisla��o trabalhista e previdenci�ria, que at� partidos da base querem modificar, para desespero do governo que conta com a aprova��o de ambas para garantir mais R$ 18 bilh�es em seu caixa, o ministro tentou minimizar dizendo que "isso nem entrou em debate ainda". Segundo ele, o debate est� ainda com as centrais sindicais e na semana depois do Carnaval ser�o iniciadas conversas com as bancadas partid�rias e com as lideran�as do governo.
"Estamos organizando um calend�rio de debates e discuss�es com o Congresso sobre o tema", observou o ministro. Tentando evitar reconhecer qualquer clima de revolta na base aliada em rela��o ao tema, Pepe Vargas disse que as emendas apresentadas pelos parlamentares s�o propostas para "aperfei�oar o texto encaminhado ao Congresso". Para ele, "o governo vai ter de dialogar com a realidade de que existem emendas" j� que � natural que "qualquer proposta do executivo passa por processo de debate interno no Congresso".