Bras�lia, 20 - Nas v�speras da efetiva retomada dos trabalhos no Congresso, com uma presid�ncia da C�mara hostil ao Planalto e uma pauta bomba para ser votada que inclui derrubada do veto � corre��o da tabela do imposto de renda em 6,5%, in�cio de vota��o de medidas trabalhistas e come�o de funcionamento da CPI da Petrobras, o Pal�cio do Planalto deu in�cio a v�rios gestos para tentar atrair o PMDB rebelado de volta � base aliada.
O principal deles ser� um jantar do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com os ministros do PMDB e lideran�as do partido na C�mara e no Senado, que j� foi marcado pelo vice-presidente Michel Temer, no Pal�cio do Jaburu, na segunda � noite, dia 23. Neste encontro, Levy vai tentar mostrar aos ministros peemedebistas que eles precisam convencer os parlamentares de seu partido que as medidas de ajuste encaminhadas ao Congresso precisam ser aprovadas porque "n�o tem dinheiro". O PMDB, por sua vez, quer saber, diretamente de Levy, qual o verdadeiro impacto que as medidas t�m nas contas p�blicas, qual ser� o cen�rio nos pr�ximos meses se o Congresso n�o aprovar as medidas e qual ser� a margem de negocia��o que o governo trabalha.
Para o Planalto, no entanto, n�o h� margem de negocia��o em discuss�o porque considera que as medidas j� est�o limite e que os cortes s�o absolutamente necess�rios.
"Se n�o aprovar, o contingenciamento vai ser de chorar", disse um ministro � reportagem, ao lembrar que as medidas provis�rias representam uma economia de quase R$ 20 bilh�es que o governo precisa fazer e que se as MPs n�o forem aprovadas, os recursos ser�o cortados de outro lugar ou programas. "As medidas que envolvem o seguro desemprego, a pens�o por morte ou abono salarial s�o s� o come�o. O governo precisa apertar muito mais", emendou o ministro avisando que "n�o tem dinheiro" e que "n�o h� como fazer m�gica". Ele lembrou que desde o in�cio Levy falou que � preciso instituir um corte de R$ 66 bilh�es, pelo menos, e que, se n�o se chegar a isso, vai ter de tirar de algum lugar.
Preocupa��es
As preocupa��es com o PMDB, que j� mandou recado de que vai derrubar o veto de Dilma ao reajuste de 6,5% do IR, al�m dos problemas do governo e dos petistas com Michel Temer, foram discutidas na reuni�o de coordena��o pol�tica desta sexta-feira, 20.
H� quem aposte que o IR n�o entra na pauta na semana que vem e que � poss�vel reverter este clima de animosidade com o Congresso. Mas n�o � isso que o PMDB apontou. Um dos integrantes do G-6, grupo dos seis ministros que integra a coordena��o pol�tica, aposta que o deputado Eduardo Cunha vai chegar a um bom termo com o Planalto, embora reconhe�a que, isso n�o ser� sem criar muitas dificuldades para a presidente Dilma. "Estamos em um regime presidencialista. Da mesma forma que a presidente Dilma tem de conviver com o deputado Eduardo Cunha, Eduardo Cunha tem de conviver com a presidente Dilma. � uma via de duas m�os", comentou um dos interlocutores da presidente.
Paralelamente � reuni�o de Levy com os ministros peemedebistas, o governo vai avan�ar nos entendimentos com o Congresso por meio das reuni�es que os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e das Rela��es Institucionais, Pepe Vargas, querem fazer com os l�deres do PMDB e dos demais partidos da base. Estas reuni�es ser�o preparat�rias para um segundo encontro, depois, destas lideran�as com a presidente Dilma. Outro gesto que ser� feito ao mesmo tempo para tentar aproxima��o do Planalto com o Congresso � a ida dos ministros � C�mara para prestarem informa��es aos parlamentares sobre a import�ncia das medidas provis�rias encaminhadas para o ajuste das contas p�blicas.
Mas os problemas n�o se resumem � C�mara, de acordo com as avalia��es do Planalto. As articula��es no Senado est�o preocupando bastante o governo j� que o PMDB, ali tamb�m rebelado, n�o quer indicar nomes para a lideran�a. O Planalto precisa resolver isso na semana que vem para tentar diminuir os problemas de interlocu��o com a Casa e, neste momento, sem nome para ocupar a lideran�a, a tend�ncia � que o petista Humberto Costa fique � frente desta coordena��o.