O ano de 2015 ser� de desafios para Marina Silva. A primeira miss�o � correr atr�s de 100 mil assinaturas para registrar a Rede Sustentabilidade como partido pol�tico, atrair parlamentares e retomar as disputas eleitorais. Depois, a ex-senadora ter� de acalmar a base de apoio, j� que parte ficou insatisfeita com a ades�o dela � candidatura presidencial de A�cio Neves (PSDB-MG). Al�m disso, a ambientalista ter� de lidar com o processo de sa�da do PSB, que a acolheu quando n�o conseguiu registrar a pr�pria legenda em 2013.
O principal objetivo da ex-ministra � conseguir o registro da Rede Sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A milit�ncia fez um mutir�o de ver�o e montou postos de recolhimento de assinaturas durante o carnaval para conseguir as ades�es que restam. A expectativa da legenda � de que sejam recolhidas 100 mil novas assinaturas, n�mero que superaria com sobra as cerca de 50 mil que faltaram para o registro da sigla em 2013.
Um dos principais articuladores da cria��o da Rede, o ex-deputado Alfredo Sirkis disse que n�o pretende sair do PSB, para onde foi com Marina em 2013. Apesar de afirmar n�o ter pretens�es pol�ticas no momento, Sirkis acredita ser dif�cil que partidos novos tenham sucesso no Brasil com a atual legisla��o. “A Rede perdeu o timing pol�tico quando n�o conseguiu se regularizar. Com a nova legisla��o, em que os parlamentares que migram n�o levam ao partido o fundo partid�rio e o tempo de TV, fica muito dif�cil atuar.” Para ele, ser� complicado atrair nomes para a Rede. “Para participar da pol�tica de hoje, � preciso estar pelo menos em um partido de m�dio porte”, comentou. Membros da Executiva Nacional da sigla confirmam que j� h� conversa com parlamentares, mas preferem n�o adiantar nomes para “n�o atrapalhar as negocia��es”.
Aliados tamb�m est�o ressentidos com a atua��o durante as elei��es presidenciais de 2014. C�lio Torino, que era porta-voz da Rede e membro da Executiva Nacional, fez duras cr�ticas � postura tomada pela ambientalista durante a campanha. “As propostas dela s�o iguais a dos outros partidos, que representam a casta dominante no pa�s. Marina faria, por exemplo, os mesmo ajustes que Levy est� fazendo”, analisa Torino, que pretende organizar uma nova legenda, cujo nome provis�rio � Avante, com parte da dissid�ncia da Rede.
DIV�RCIO Al�m de todos os problemas que cercam o destino pol�tico de Marina, ela ter� de lidar com a separa��o do partido que a abrigou. Os la�os com o PSB ser�o definitivamente rompidos ap�s o registro da Rede. Pelo menos � o que afirma o presidente do PSB, Carlos Siqueira, para quem, a partir de ent�o, a rela��o entre os dois partidos se dar� como acontece com qualquer legenda “N�o temos expectativa de que Marina fique depois da cria��o da Rede. Ela tem um projeto pr�prio, e, apesar da afinidade entre os grupos, nosso apoio ou n�o � legenda depender� das propostas dela e dos nossos interesses”, declarou.
Marina n�o deve disputar cargos eletivos nas elei��es municipais de 2016. O foco, novamente, parece ser � Presid�ncia em 2018. Enquanto isso, ela se manter� ativa nas redes sociais. Para arrumar a pr�pria casa e superar as dificuldades da cria��o do novo partido, ela conta com a popularidade que tem e lhe rendeu 22 milh�es de votos na concorr�ncia do ano passado.