S�o Paulo, 22 - A mobiliza��o do PMDB para aprovar o "distrit�o" como f�rmula para eleger deputados federais, proposta encabe�ada pelo vice-presidente Michel Temer, preocupa os pequenos e m�dios partidos, os mais afetados pelas mudan�as. Para n�o perder espa�o - e principalmente vagas na C�mara -, essas siglas articulam uma frente antidistrit�o.
Os dirigentes desses partidos alegam que o modelo proposto por Temer - no qual s�o eleitos os candidatos mais votados em um Estado, sem se levar em conta a vota��o dos partidos, como ocorre hoje pelo sistema proporcional - enfraquece as legendas e personaliza o processo eleitoral. Para ser aprovada na C�mara, a mudan�a depende do apoio de 308 dos 513 deputados.
Como o Estado mostrou na semana passada, 14 partidos com representa��o na C�mara perderiam cadeiras se o distrit�o estivesse em vigor em 2014: PTB, PR, PROS, PPS, PRB, SD, PTN, PMN, PV, PT do B, PEN, PHS, PTC e PSDC. Somados, eles det�m 244 votos, o suficiente para inviabilizar a mudan�a.
'Injusti�as'. Os partidos nanicos v�o se reunir nesta semana para definir a t�tica para barrar o distrit�o. A reuni�o est� sendo articulada pela deputada Renata Abreu (PTN-SP). Para ela, � preciso combater "injusti�as" e evitar que os grandes partidos fiquem "cada vez maiores e os pequenos, cada vez menores". "Se novos partidos entraram no Congresso, � porque o povo quer", argumentou. "S� os donos dos currais chegar�o ao Congresso", disse o presidente do PHS, deputado estadual Eduardo Machado (GO).
Os partidos m�dios tamb�m criticam o modelo. � o caso do PV, que veria sua bancada diminuir de oito para cinco representantes. Para o presidente da sigla, Jos� Luiz Penna, seria "o golpe final nos partidos pol�ticos". "� um passo atr�s e um golpe na democracia representativa. Vai ser a personifica��o de uma candidatura contra qualquer compromisso partid�rio."
Um dos argumentos pr�-distrit�o citados por seus defensores � evitar que puxadores de votos - como En�as Carneiro, na d�cada passada pelo extinto Prona, e Tiririca (PR-SP), na atual - ajudem a eleger candidatos de baixa vota��o, em detrimento de outros pol�ticos bem votados, mas filiados a partidos que n�o atingiram o quociente eleitoral. Beneficiado por duas vota��es acima de 1 milh�o de Tiririca, o PR tamb�m busca uma alternativa ao distrit�o. Sem o atual sistema proporcional, o partido perderia duas cadeiras na bancada paulista.
O ministro dos Transportes e secret�rio-geral licenciado do PR, Antonio Carlos Rodrigues, disse que � preciso estudar melhor a ideia para n�o fragilizar os partidos. Mas, segundo ele, a legenda ainda n�o decidiu qual modelo apoiar� na reforma.
'Cart�rio'
. O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), disse que o distrit�o acabaria com a democracia representativa e que as legendas passariam a ter a fun��o apenas de registrar as candidaturas. "Na C�mara seriam 513 indiv�duos aut�nomos; deputados que n�o renderiam contas a nenhum partido", afirmou. "Imagine como o governo convive com isso? Os partidos v�o se transformar em meros cart�rios."
Para o relator da Comiss�o Especial da reforma pol�tica, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), o distrit�o � hoje a tese com maior aceita��o na C�mara, mas h� outros sistemas em discuss�o. "A popula��o n�o aceita que uma pessoa que recebeu mais votos do que outra que se elegeu deputado n�o chegue ao Parlamento", argumentou.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.