Bras�lia, 25 - A Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia da Rep�blica decidiu nesta quarta-feira, 25, pedir explica��es ao ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, sobre encontros que manteve com advogados ligados � Opera��o Lava Jato. O ministro ter� um prazo de dez dias para apresentar os esclarecimentos solicitados pela comiss�o, que s� ent�o decidir� se abre processo ou n�o para apurar o caso.
"N�o posso prejulgar nada, n�o posso falar (sobre a conduta do ministro) porque provavelmente serei um dos que vai votar", disse o presidente da Comiss�o de �tica, Am�rico Lacombe, ao comunicar a decis�o. Questionado se receberia advogados de empresas investigadas pela Pol�cia Federal se fosse ministro da Justi�a, Lacombe respondeu: "Eu quando era juiz recebia todos. Eu trabalhava com porta aberta, os advogados entravam na minha sala livremente."
Pela manh�, Cardozo recebeu o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e afirmou que nunca deixar� de receber advogados que o procurarem. "Eu, como ministro da Justi�a, jamais deixarei o pedido de atender advogados, ju�zes, promotores ou defensores. � nosso dever, dever legal. Se h� pessoas que ainda n�o ajustaram suas mentes ao Estado de Direito, cabe a n�s lutar para que isto ocorra", afirmou Cardozo. O ministro tamb�m disse n�o ter previs�o em sua agenda de receber outros advogados para tratar da Opera��o Lava Jato.
Al�m do presidente nacional da OAB, Marcus Vin�cius Co�lho, outros 12 representantes da classe tiveram uma audi�ncia com Cardozo. "J� imaginei que teriam pol�micas como ministro da Justi�a, mas jamais pensei que eu teria, no s�culo XXI, que polemizar sobre o fato de se uma autoridade deve receber advogados ou n�o", afirmou Cardozo.
Nesta ter�a, Cardozo teve reuni�es com a Associa��o dos Ju�zes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associa��o dos Magistrados Brasileiros (AMB), que defenderam a independ�ncia do Judici�rio e a preocupa��o com interfer�ncia pol�tica na esfera judicial, mas manifestaram apoio ao ministro sobre o encontro com advogados.
Ap�s a revela��o dos encontros, o juiz federal S�rgio Moro, que conduz as a��es da Opera��o Lava Jato, classificou de "intoler�vel que emiss�rios dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decis�es judiciais com autoridades pol�ticas".
A pr�xima reuni�o da Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia est� marcada para 18 de mar�o.