Bras�lia, 09 - Em depoimento no �mbito da Opera��o Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relata um contrato firmado pela Petrobras com a Alstom ap�s a crise energ�tica de 2002, no qual, segundo ele, teria sido acertado pagamento de propina.
De acordo com ele, nesta �poca dos "apag�es" do final do governo Fernando Henrique Cardoso, coube � Petrobras iniciar a constru��o de termoel�tricas como parte da solu��o para a crise. A �rea respons�vel pelas contrata��es, relatou Costa, estava sob responsabilidade de N�stor Cerver�. Devido � urg�ncia, de acordo com o delator, a Petrobras acertou a compra de grande parte das turbinas necess�rias para as termoel�tricas diretamente da francesa Alstom.
Paulo Roberto Costa afirmou aos investigadores que chegou ao seu conhecimento, por meio de coment�rios da �rea de G�s e Energia da estatal, que houve uma negocia��o entre Cerver�, a Alstom e o senador Delc�dio Amaral (PT-MS). Na �poca, a ger�ncia de Gera��o de Energia era ocupada por Cerver� e Delc�dio era o diretor da �rea.
"Aparentemente foi usada uma situa��o de emerg�ncia, como a crise de energia, para viabilizar a realiza��o de um contrato bilion�rio com a Alstom por parte da Petrobras", disse o delator.
Segundo Costa, coment�rios "correntes" da �rea eram no sentido de que "a op��o pela Alstom foi devido ao fato de que (a empresa) podia entregar rapidamente o produto e tamb�m porque teria concordado em efetuar o pagamento de um consider�vel valor como propina pela contrata��o".
Uma quantidade "consider�vel" das turbinas, segundo o delator, ficou no almoxarifado da estatal "muito embora houvesse, em tese, urg�ncia nas instala��es das turbinas". Parte dessas turbinas foi utilizada apenas em 2008, segundo o relato, apesar de terem sido adquiridas em 2002.
A compra para uso muito posterior, segundo o ex-diretor, "n�o faz sentido", pois h� uma grande deprecia��o quanto ao valor e tecnologia utilizada nas turbinas, o que "leva a crer que possa ter havido um cronograma inexequ�vel" da constru��o das termoel�tricas.
Segundo Corta, desde a compra das turbinas Delc�dio passou a ser o "padrinho" de Cerver� na Petrobras e o indicou - j� como senador, no in�cio do governo Lula - como Diretor da �rea Internacional.
A Procuradoria-Geral da Rep�blica solicitou o arquivamento das men��es a Delc�dio. Para os procuradores, as afirmativas de Paulo Roberto Costa "s�o muito vagas e sobretudo, assentadas em circunst�ncias de ter ouvido os supostos fatos por interm�dio de terceiros e, ainda, de maneira n�o individualizada".