Bras�lia - Um dia depois de o ex-gerente Pedro Barusco ter dito � CPI da Petrobras que repassou US$ 300 mil para a campanha de Dilma Rousseff em 2010, o deputado estadual Edinho Silva (PT-SP) divulgou uma "Carta Aberta ao PT", na qual admite "erros" no partido. Tesoureiro da campanha de Dilma � reelei��o, Silva prega uma rea��o forte do PT e do governo ao cerco pol�tico e diz que � hora de todos irem para a luta, sob o argumento de h� momentos em que "a d�vida leva � derrota" e o recuo, ao aniquilamento.
Silva divulgou a "Carta ao PT" nesta quarta-feira, 11, dez horas depois do jantar que reuniu Dilma, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui Falc�o, e ministros do partido, no Pal�cio da Alvorada. No encontro, o ex-presidente pediu a Dilma que explique � popula��o aonde o governo quer chegar com as medidas amargas do ajuste fiscal. Para Lula, Dilma precisa sair da defensiva e ir para o embate com a oposi��o, n�o sem antes fazer um pacto de governabilidade com o PMDB.
"� hora de 'pegarmos a nossa hist�ria nas m�os', com a certeza de na frente revigorarmos os nossos sonhos e irmos para a luta pol�tica", diz Silva na "Carta ao PT", fazendo coro com as pondera��es de Lula. Os dois integram a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majorit�ria na legenda.
O tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, � desafeto de Silva no partido. Alvo da Opera��o Lava Jato, Vaccari negou as afirma��es de Barusco � CPI da Petrobras e a c�pula do PT divulgou nota lembrando que o ex-gerente da estatal est� sendo processado pela sigla.
No texto encaminhado para levantar o moral da tropa petista, Silva tamb�m defende as medidas econ�micas adotadas por Dilma. "Vamos ajustar a nossa economia para que possamos continuar crescendo com justi�a social. (...) Mas o nosso projeto vai al�m da agenda econ�mica. S� n�s podemos liderar a batalha de uma verdadeira reforma pol�tica e eleitoral. S� n�s podemos convocar uma mobiliza��o para uma reforma tribut�ria e fiscal que desonere os mais pobres", diz o deputado.
O ex-tesoureiro do comit� da reelei��o retoma na carta o clima do "n�s contra eles" que marcou a campanha de Dilma, no ano passado, e afirma que o in�cio do segundo mandato da presidente est� sendo marcado por uma "ofensiva conservadora", definida por ele como "a pior da hist�ria da Rep�blica".
"Qual a novidade? Ach�vamos que a elite brasileira, insuflada por uma retomada das mobiliza��es da direita no continente, iria ficar assistindo n�s nos sucedermos na Presid�ncia da Rep�blica, consolidando o nosso projeto? (...) Ach�vamos que aqueles que hoje nos acusam, que tamb�m s�o os mesmos que armam trincheiras contra as reformas estruturais, seriam benevolentes conosco?", pergunta Silva, que integra a dire��o nacional do PT. Na sua avalia��o, o partido n�o pode ter crise de identidade ao enfrentar a "escurid�o" provocada pela "tempestade dos fatos". "Sem o PT n�o existir� esquerda forte no Brasil, n�o existir� campo progressista e transformador", comenta ele.