S�o Paulo - Ainda que tenham o pensamento comum de se opor ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT no poder, os grupos que liderar�o os protestos marcados para o pr�ximo domingo se diferenciam no objetivo final. Enquanto de um lado grupos com posturas mais radicais, como o Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line, pedem o impeachment da presidente, do outro, o Vem Pra Rua considera que n�o � a hora para isso.
A postura mais moderada do movimento em rela��o aos outros que lideram protestos contra Dilma alimenta especula��es de que o grupo � ligado ao PSDB. A presen�a de lideran�as do partido, como o senador Jos� Serra (SP), em marcha organizada pelo grupo no final do ano passado d� combust�vel ao rumor. Chequer nega qualquer liga��o partid�ria. "Se tiv�ssemos, perder�amos a fun��o que temos de sermos capazes de criticar qualquer partido", ressalta. Sobre a presen�a de Serra, ele diz que "naquele dia qualquer pol�tico, de qualquer partido, seria bem vindo. Mas para ressaltar nossa condi��o suprapartid�ria n�o convidamos nenhum pol�tico para o ato de domingo."
O Vem Pra Rua foi criado em novembro do ano passado, logo ap�s a apertada vit�ria da presidente Dilma Rousseff sobre o senador A�cio Neves (PSDB), por um grupo de pessoas que Chequer prefere manter em sigilo. Conta com o apoio de 450 colaboradores e n�o possui uma estrutura f�sica. Suas a��es, entre elas a vig�lia em frente � Procuradoria-Geral da Rep�blica, no in�cio do m�s, s�o sustentadas por doa��es.
Na p�gina na internet, o grupo afirma que a proposta inicial era reunir em um site informa��es "sobre as diversas manifesta��es agendadas no Brasil" e que a ideia foi "amadurecida com a ajuda dos membros do grupo" para ir al�m das manifesta��es." No Facebook, o grupo reunia 287.468 seguidores at� a ontem � noite.
No final do ano passado, o Vem Pra Rua se envolveu em uma pol�mica com a Funda��o Estudar, financiada pelo empres�rio Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil segundo a revista Forbes. O antigo site do movimento estava registrado em nome da funda��o, o que levou o portal Brasil 247, alinhado ao PT, a publicar notas acusando Lemann de "financiar" grupos "golpistas". Na ter�a-feira, 10, o pr�prio PT, em sua p�gina na internet, publicou uma nota com teor semelhante.
Dom�nio
Segundo a funda��o, o que houve foi um mal entendido. O especialista em inform�tica F�bio Tran, diretor de tecnologia da funda��o, foi procurado por um amigo que faz parte do Vem Pra Rua com um pedido de orienta��o sobre como registrar um dom�nio na internet.
No mesmo dia, sem consultar seus superiores, Tran usou o CNPJ da funda��o para registrar o site www.vemprarua.org.br. Quando o caso veio � tona, o site foi imediatamente tirado do ar e, algum tempo depois, substitu�do pelo dom�nio www.vemprarua.net.
Lemann, que cultiva a imagem de apartid�rio, teria ficado profundamente irritado. O estatuto da funda��o foi alterado para evitar que casos semelhantes se repetissem e depois de tr�s meses Trad foi afastado. "Lemann n�o tem rela��o alguma com o Vem Pra Rua", diz Chequer.