Bras�lia, 13 - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, reagiu nesta sexta-feira, 13, aos ataques que vem sofrendo por parte de parlamentares investigados na Opera��o Lava Jato e disse que a popula��o saber� distinguir "bem e mal", "dec�ncia e vilania". Em evento com procuradores-gerais, ele pediu que a classe se mantenha unida e disse que "causa esp�cie que vozes do Parlamento, aproveitando-se de uma CPI instaurada para investigar o maior esquema de corrup��o j� revelado no Pa�s, tenham-se atirado contra a institui��o que come�a a desvelar a trama urdida contra a sociedade".
Ontem, ao depor na CPI da Petrobras, o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a acusar Janot de adotar um crit�rio pol�tico para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma investiga��o contra ele. Durante a sess�o, Cunha recebeu elogios por praticamente todos os partidos, inclusive aqueles que t�m parlamentares entre os investigados pela PGR.
O procurador-geral disse acreditar que os "homens de bem" que integram a institui��o "n�o se quedar�o inertes" e que "os cidad�os que pagam impostos e que cumprem com seus deveres c�vicos saber�o, nessa hora sombria e turva da nossa hist�ria, distinguir entre o bem e mal, entre a dec�ncia e a vilania, entre aqueles que lutam por um futuro para o Pa�s e aqueles que sabotam nosso sentimento de na��o".
Ao falar aos procuradores, Janot afirmou que o esquema de corrup��o na Petrobras foi exposto ao Pa�s "pelos esfor�os do Minist�rio P�blico" e tamb�m pela atua��o do �rg�o os "verdadeiros culpados ir�o responder judicialmente e sofrer�o as penas cab�veis".
"Tenho 31 anos de Minist�rio P�blico e sempre servi � causa da sociedade com honra e denodo. N�o vou permitir que, neste momento da vida funcional, interesses vis ou preocupa��es que estejam al�m do Direito influenciem o meu agir", disse Janot. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tamb�m investigado na Lava Jato, desistiu de encampar uma CPI para investigar o Minist�rio P�blico, mas pretende articular para rejeitar a recondu��o de Janot, cujo mandato vence em setembro, ao cargo de procurador-geral da Rep�blica. Ontem, o deputado Paulinho da For�a (SD-SP) apresentou requerimento � CPI da Petrobras pedindo a quebra do sigilo dos e-mails e dados telef�nicos de Janot.
Hoje, Janot lembrou da carta encaminhada aos integrantes do Minist�rio P�blico brasileiro, antes da retirada do sigilo do material sobre envolvimento de pol�ticos na Lava Jato. Na ocasi�o, disse n�o ter o dom de prever o futuro, mas pediu que os procuradores se mantivessem "unidos e fortes". Depois de recordar o recado, disse aos colegas: "De fato, n�o seriam necess�rios dons premonit�rios. A hist�ria ensina algo sobre o presente".
"Tenham uma certeza: unidos no mesmo prop�sito, chegaremos ainda mais fundo nesse caso, sem considerar cargos, t�tulos ou honrarias de quem quer que seja", disse hoje o procurador-geral. "Ao bom combate!", finalizou.