Em Bras�lia, manifestantes usam adesivo 'A culpa � das estrelas'

Bras�lia, 15 - Um adesivo na cor vermelha com a frase "A culpa � das estrelas" foi a sensa��o dos protestos na capital federal. Os manifestantes disputaram os adesivos que utilizava o nome do filme americano de 2014, que fez muito sucesso no Brasil entre o p�blico jovem, para ironizar duplamente o PT, que governa o Pa�s desde 2003 e tem a estrela como seu s�mbolo principal, e a presidente Dilma Rousseff.

Ao longo do percurso entre o Museu da Rep�blica e o Congresso Nacional, os adesivos foram distribu�dos e colados nas camisetas, em sua maioria, amarelas. Muitos dos presentes usavam as camisetas da sele��o brasileira e bandeiras originalmente compradas para a Copa do Mundo. A reportagem do jornal O Estado de S.Paulo n�o identificou camisetas e bandeiras de partidos pol�ticos.

Foram recorrente men��es � corrup��o na Petrobras. Algumas apoiavam o juiz federal Sergio Moro, respons�vel pelos processo da opera��o Lava Jato, que investiga os desvios na estatal. Houve tamb�m quem levasse recados ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, relator do processo no STF, e Antonio Dias Toffoli, que na �ltima semana se transferiu para a 2.� turma, onde ser�o julgados os eventuais r�us da Lava Jato. "Fora Toffoli. Eu sei o que voc� fez no mensal�o passado", dizia uma das faixas.

De acordo com a servidora p�blica Fabiane Freitas, a presidente "nunca tem conhecimento de nada, nunca sabe de nada". Segundo ela, Dilma sempre coloca a "culpa" na crise internacional para justificar medidas impopulares, como o tarifa�o de energia, o aumento do pre�o do combust�vel e a infla��o alta. O fato de o governo afirmar que desconhecia os casos de corrup��o na Petrobras � outro alvo das cr�ticas por tr�s da escolha do adesivo.

Jo�o Carlos de Souza, tamb�m funcion�rio p�blico, n�o quis informar quem bancou a confec��o dos adesivos. Segundo ele, o grupo contou com o apoio financeiro de "importantes empres�rios do DF". Ele tamb�m criticou os casos de corrup��o na petroleira, o d�ficit nas contas do governo e os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).

O advogado Jos� Mendon�a, de 52 anos, trouxe a mesma bandeira que usou nas manifesta��es pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, em 1992. "Eu era um dos cara-pintadas e hoje trago minha mulher e meus tr�s filhos para pedir reforma pol�tica. Se a insatisfa��o contra o governo Dilma Rousseff chegar ao pedido de impeachment, por que n�o? Ningu�m aguenta mais ser governado pela presidente", afirmou.

O empres�rio Rivanaldo Gomes de Ara�jo comprou 120 camisas a R$ 12 e distribuiu aos funcion�rios dos oito postos de gasolina que possui para ajudar no movimento "Limpa Brasil". J� o gar�om de um buffett em Bras�lia, Elismar Passos, aproveitou a manifesta��o para vender o que sobrou do estoque de bandeiras e camisetas que tinha comprado para revender na Copa do Mundo. As camisetas custava R$ 20 e a bandeira grande, R$ 50.

"N�o estou aqui para fazer protestos, mas para ganhar um dinheirinho", afirmou. Ele, por�m, tamb�m criticou o pre�o da gasolina que subiu no segundo mandato. "Nem trabalhar de carro vou mais. Tenho que pegar o �nibus", disse. Ele trabalha mora no Riacho Fundo, cidade-sat�lite de Bras�lia, e trabalha na zona central.

O cabo do ex�rcito Rodrigo Goes, de 24 anos, comprou uma camisa que estampava "Fora Dilma. Chega de corruptos". Mesmo sendo militar, ele n�o se intimidou em ir ao protesto � paisana e fazer cr�ticas � "impunidade no Pa�s". Ele tamb�m criticou o aumento de pre�os.

A adolescente Cristiane Nazar�, de 15 anos, estava acompanhada do pai e da irm� mais nova. Eles compraram ao longo da semana perucas que tamb�m eram estoque da Copa do Mundo. Ela disse que protestava por melhores servi�os p�blicos na �rea de Sa�de. "O Brasil tem tudo para crescer mas os pol�ticos corruptos n�o deixam", afirmou.