S�o Paulo, 17 - O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que o impedimento de um presidente � algo grave e que exige previs�es constitucionais. Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, ele advogou pela tese de que um presidente n�o pode ser afastado do cargo por um ato anterior ao mandato que est� exercendo. E comparou � situa��o recente por qual passou o Paraguai, com afastamento de Fernando Lugo no que foi considerado um golpe pelo Brasil.
"N�o posso achar que o Brasil virou uma 'republiqueta' e que podemos tirar o presidente democraticamente eleito. O Brasil n�o pode fazer como o Paraguai, que tirou o Lugo do dia pra noite porque ele perdeu apoio, vai ser um impeachment atr�s do outro se isso acontecer."
O presidente da C�mara disse ainda ser a favor do parlamentarismo como sistema de governo, mas que falar nisso agora soaria golpista, ent�o que preferiria plantar uma semente deste debate para o futuro.
Questionado sobre a opera��o Lava Jato e sobre a sua fala de que o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, teria escolhido a quem investigar, Cunha disse n�o ser uma alega��o pol�tica, mas t�cnica. "O procurador usou dois pesos e duas medidas", afirmou Cunha, ao argumentar novamente que, a seu ver, o inqu�rito contra o senador Delc�dio Amaral (PT-MS) n�o deveria ter sido arquivado e que n�o deveria ter sido aberta investiga��o contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O presidente da C�mara tamb�m voltou a ressaltar que o envolvimento de seu nome n�o foi corroborado pelos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.
Cunha disse que, mesmo que seu inqu�rito vire uma den�ncia contra ele, n�o pretende renunciar ao cargo de presidente da C�mara. "N�o podemos condenar ningu�m antecipadamente", alegou.
Sobre a pol�mica afirma��o dada na manh� desta segunda-feira, 16, Cunha esclareceu que n�o quis dizer que n�o h� corrup��o no poder Legislativo, mas que a governan�a para evitar os casos denunciados recentemente � do poder Executivo. "N�o estou isentando, mas a raiz do problema n�o est� l� (no Legislativo)", afirmou ao defender que a corrup��o na Petrorbras decorreu, em grande parte, de mudan�as regulat�rias de licita��o, na compet�ncia do Executivo.