Curitiba e S�o Paulo, 18 - Em documento inclu�do nos autos da Opera��o Lava Jato, a empreiteira Odebrecht afirma que pessoas n�o identificadas est�o vasculhando dados de seus diretores. O of�cio � direcionado ao juiz S�rgio Moro, que conduz todas as a��es penais da Lava Jato.
"Fazendo-se passar por funcion�rios de ministros de Estado e do presidente do Banco Central, pessoas n�o identificadas realizaram liga��es telef�nicas para mais de dez diretores de empresas do grupo, todas elas com a declarada finalidade de confirmar seus dados pessoais", escrevem os criminalistas Dora Cavalcanti Cordani e Augusto de Arruda Botelho, constitu�dos pela Odebrecht, empreiteira alvo da for�a-tarefa da Lava Jato.
"Al�m de j� estar providenciando o registro dessa estranh�ssima ocorr�ncia em Delegacia de Pol�cia, a peticion�ria v�-se no dever de lev�-la a conhecimento desse MM. Ju�zo, de modo a - na improv�vel hip�tese de se tratar de iniciativa investigativa realizada no �mbito da "Lava Jato" - desde logo salientar que seus empregados est�o � disposi��o para atender prontamente a eventuais intima��es para prestar esclarecimentos", afirma a defesa.
A Odebrecht foi citada em pelo menos tr�s dela��es premiadas feitas ao Minist�rio P�blico Federal. O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Servi�os da estatal Pedro Barusco afirmaram que houve pagamentos de propinas da empresa para funcion�rios da empresa petrol�fera.
Youssef afirmou que a Construtora Norberto Odebrecht pagou R$ 10 milh�es em propina para o ex-deputado federal Jos� Janene (PP-PR), morto em 2010. O valor teria sido depositado no exterior como parte do pagamento total de R$ 20 milh�es pelo "acerto" feito em contrato de obra na Refinaria Get�lio Vargas (Repar), no Paran� entre 2005 e 2006.
Em dela��o premiada, Costa disse que a Odebrecht fez dep�sitos de propinas "a cada dois ou tr�s meses" em suas contas no exterior entre 2008 e 2013 a t�tulo de "pol�tica de bom relacionamento" da empresa com ele. Os repasses totalizaram ao menos US$ 31,5 milh�es at� 2012.
O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco afirmou ter recebido US$ 1 milh�o em propina da Construtora Norberto Odebrecht - novo foco da Lava Jato no cartel de empreiteiras que atuaria na Petrobr�s - e identificou a conta da offshore Pexo Corporation, aberta em 2008 por ele na Su��a, onde o valor teria sido depositado. O delator afirmou aos investigadores da Lava Jato que conseguiu "identificar o recebimento de US$ 1 milh�o depositados pela Odebrecht" nesta conta - uma das cerca de 20 que ele apresentou como prova das propinas em suas dela��es.