Juiz da Lava-Jato libera provas para investiga��o sobre monotrilho de SP

O juiz S�rgio Moro, respons�vel pelas a��es da Lava Jato na Justi�a Federal no Paran�, autorizou nesta ter�a-feira, 17, o compartilhamento de provas da suposta atua��o do doleiro Alberto Youssef em obras da Linha 15 - Prata do Monotrilho de S�o Paulo com o Minist�rio P�blico, que abriu um inqu�rito para investigar o empreendimento.

"Diante dos ind�cios de desvios de dinheiro p�blico e da pr�tica de atos de corrup��o, com consequ�ncias tamb�m na esfera da improbidade, o compartilhamento dos elementos probat�rios colhidos na investiga��o criminal deve ser deferido j� que atende ele ao interesse p�blico", assinala o magistrado em sua decis�o.

No pedido, a Promotoria do Patrim�nio P�blico e Social de S�o Paulo busca ter acesso a todos os documentos da Lava Jato que envolvam a obra em S�o Paulo, incluindo a planilha apreendida com Youssef pela for�a-tarefa contendo informa��es sobre cerca de 750 contratos de obras p�blicas que estariam na mira do doleiro.

Ao acatar a solicita��o, Moro afirma que a coopera��o entre os diferentes �rg�os de investiga��o � um "objetivo pol�tico v�lido e que se imp�e caso se pretenda alguma efic�cia na investiga��o e persecu��o de crimes complexos, como os crimes de colarinho branco ou os crimes praticados por organiza��es criminosas". Ainda de acordo com a decis�o, a escolha dos documentos da Lava Jato a serem compartilhados com o MP paulista ficar� a cargo da Procuradoria da Rep�blica no Paran�, que conduz as investiga��es da Lava Jato.

Desvios

A solicita��o do Minist�rio P�blico de S�o Paulo � subscrita pelo promotor Augusto Eduardo de Souza Rossini, da Promotoria de Justi�a do Patrim�nio P�blico e Social da Capital e tem como base um inqu�rito civil aberto no final do ano passado que visa apurar "irregularidades consistentes em supostos desvios na licita��o do trecho do Monotrilho entre as Esta��es Orat�rio e Vila Prudente, integrante da Linha 15-Prata do Metr� e descumprimento do prazo de entrega do referido trecho do Monotrilho pelos representados", assinala o promotor Rossini no pedido.

O inqu�rito foi aberto com base na planilha apreendida pela PF na Lava Jato divulgada pela imprensa e que, entre as 750 obras, consta na p�gina 14 a "Obra Vila Prudente", tendo como "cliente" a Construtora OAS, como "contato" o engenheiro Vagner Mendon�a e como "cliente final" o Metr�. Aparece na planilha ainda uma proposta no valor RS 7.901.280,00.

A promotoria v� suspeita de propina na quantia que aparece na planilha, que tem servido para os investigadores da Lava Jato chegarem a outras empresas, setores da administra��o e pessoas que podem ter pago propina na lavanderia que alimentou o PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.

O inqu�rito do Minist�rio P�blico de S�o Paulo tem como alvos, al�m da Companhia do Metropolitano de S�o Paulo, o doleiro Alberto Youssef, a Construtora OAS, tamb�m r� na Lava Jato, a Bombardier - alvo de investiga��es do cartel de trens em S�o Paulo -, o cons�rcio Queiroz Galv�o e o engenheiro Vagner Mendon�a.

Por meio de nota divulgada quando o Minist�rio P�blico de S�o Paulo pediu o compartilhamento de provas, a Companhia do Metropolitano de S�o Paulo informou que a obra da Linha 15- Prata foi licitada de maneira regular e lamentou "a tentativa de extrair conclus�es de documento cuja autenticidade e significado dependem de provas que j� est�o sendo produzidas com muita corre��o pelo Judici�rio, Minist�rio P�blico e Pol�cia Federal."

A Bombardier Transportation disse que nunca manteve qualquer relacionamento com o Sr. Alberto Youssef ou fez pagamentos a quaisquer empresas controladas por ele. Procuradas quando foi pedido o compartilhamento das provas, a Queiroz Galv�o afirmou que n�o iria comentar o caso e a Construtora OAS n�o retornou o e-mail da reportagem.