Curitiba e S�o Paulo - A Pol�cia Federal entregar� oficialmente, na tarde dessa quinta-feira,19, ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, obras de arte apreendidas na casa do ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato Duque. Ele foi preso durante a d�cima fase da Opera��o Lava-Jato, batizada de Que Pa�s � Esse?, na segunda-feira, 16.
Segundo despacho da Justi�a, os quadros seriam levados da casa do ex-diretor Renato Duque por terem sido supostamente comprados ou negociados com recursos il�citos. "Nessas condi��es, e em cogni��o sum�ria, tendo Renato Duque recebido pagamentos il�citos oriundos de contratos milion�rios firmados com a Petrobr�s, � prov�vel que as obras apreendidas tenham sido adquiridas com produto de crimes, estando sujeitas, portanto, ao confisco em eventual processo e condena��o criminal. Ainda que assim n�o seja, poder�o servir para eventual indeniza��o da v�tima", diz o despacho. Com os novos quadros de Renato Duque, somente com obras apreendidas pela pol�cia, o acervo do Museu Oscar Niemeyer chega a 154 telas.
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Para os investigadores da Opera��o Lava-Jato, Renato Duque � o elo do PT com o esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. O protagonismo de Duque foi reafirmado na ter�a-feira, 10, pelo ex-gerente executivo da Diretoria de Servi�os da Petrobr�s Pedro Barusco em depoimento � CPI.
O ex-diretor foi preso pela segunda vez na segunda-feira, 16. Na primeira, em novembro de 2014, Duque questionou a seu advogado, por telefone: "Que Pa�s � esse?". A frase batizou a 10ª fase da opera��o, deflagrada no mesmo dia da segunda pris�o do ex-diretor.
Olho para propinas, mas n�o para arte
O ex-diretor da Petrobr�s Renato Duque n�o usa bem o dinheiro para comprar obras de arte. Com exce��o de uma tela de Mir� encontrada pela Pol�cia Federal em seu apartamento - que, se for aut�ntica, deve oscilar entre US$ 4 milh�es e US$ 5 milh�es - n�o se tem not�cia de obras-primas no acervo suspeito de ser adquirido pela propina.
H�, claro, artistas importantes para o modernismo brasileiro, como o carioca Guignard (1896-1962), mas as obras do pintor em poder de Duque n�o s�o das melhores: uma paisagem pouco inspirada de Ouro Preto e um Cristo sem muita express�o. Tamb�m h� uma tela de Djanira, um desenho de Milton Dacosta - o da sua pior fase, quando troca o construtivismo, nos anos 1960, por v�nus gordinhas - e gravuras de Caryb�, Roberto Magalh�es e Gerchman que est�o longe de alcan�ar altas cifras no mercado.
Parece que os investigados na Lava Jato n�o levam jeito para colecionadores. Antes, a PF havia apreendido telas de Romero Brito, o que, no m�nimo, revela que corruptos podem ter olho para notas de d�lar, mas n�o entendem de arte.