S�o Paulo, 20 - Primeiro tucano a elogiar publicamente a presidente Dilma Rousseff na quinta-feira, 19, durante passagem da petista por Goi�s, o governador do Estado Marconi Perillo n�o poupou cr�ticas a ela e at� endossou os protestos de 15 de mar�o contra a presidente durante encontro do PSDB no Instituto Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista, em 9 de mar�o.
"Jamais concordei com as intoler�ncias e injusti�as contra a presidente. Venho aqui para receber uma presidente da Rep�blica que foi legitimamente reeleita e que tem meu apoio a sua legitimidade. N�o podemos ser vitimas de uma minoria que age contra a democracia, o republicanismo tem que prevalecer", disse Perillo na quinta-feira, em Goi�nia, em evento do qual participou ao lado de Dilma.
H� cerca de duas semanas, no entanto, na companhia de correligion�rios em S�o Paulo, ele falou sobre o dif�cil cen�rio do governo. "Essa qu�mica explosiva de crises �tica, moral, pol�tica, econ�mica e social acaba sendo sintetizado pela crise de credibilidade do governo que tem nos engessado. Estamos engessados s� discutindo essas crises."
"Eu tenho visto pela internet, pelas redes sociais, convoca��es do dia 15 que nunca imaginaria ver, de empres�rios, profissionais liberais, de pessoas que nunca se meteram em pol�tica e est�o convidando todo mundo. Pessoas de alta credibilidade, ou seja, as pessoas perderam a paci�ncia", afirmou.
No encontro com tucanos, Perillo lembrou ainda das dificuldades econ�micas do Pa�s e citou os protestos que estavam marcados para 15 de mar�o. "A resposta (� atual situa��o) vem no dia 15 e certamente vir� dois meses depois porque a situa��o vai se agravar cada vez mais e as pessoas perderam a paci�ncia."
�Reconhecimento�
Na quinta-feira, em seu Estado, Perillo mudou o discurso e fez quest�o de afirmar que n�o faz oposi��o � presidente. "Sou de um partido que faz oposi��o � senhora, mas eu n�o. Nunca ningu�m ouviu uma palavra minha que n�o fosse de reconhecimento e agradecimento pelo que a senhora fez por Goi�s", afirmou o tucano.
Dias antes, por�m, o governador havia dito que os prefeitos e governadores "n�o aguentam mais, 72% de tudo que se arrecada nesse pa�s fica com o governo federal, s� que todas as demandas da sociedade recaem sobre nossos ombros".
No Instituto FHC Perillo tamb�m avaliou a situa��o do PT e lembrou declara��o do senador tucano Aloysio Nunes Ferreira de que n�o quer o impeachment, quer ver Dilma "sangrar". "Acho que o desfecho dessa vit�ria do PT, com todos os desdobramentos que a gente v�, vai significar - e da� o fato de o Aloysio (Nunes Ferreira) falar em sangramento, o fim da hegemonia do PT, n�o tenho d�vida sobre isso", disse o governador.
Ainda segundo Perillo, se o PSDB tivesse vencido as elei��es, teria adotado a mesma pol�tica econ�mica - de ajuste fiscal - do governo e seria acusado pelos petistas de ser neoliberal. "Se n�s tiv�ssemos vencido, eles estariam colocando o MST nas ruas contra a gente. Iam nos chamar de neoliberais. Eles teriam mentido e estariam passando por bons meninos hoje."
Em nota divulgada hoje, Perillo diz que suas declara��es no Instituto FHC foram "respeitosas, sem agress�es ou ataques pessoais � presidente" e n�o h� incoer�ncia em seu posicionamento. "No evento de ontem com a presen�a da presidente, condenei a intoler�ncia e a hostilidade em n�vel geral, mas especificamente porque fui alvo de uma claque petista, composta por alguns radicais. Se sempre fui respeitoso, seria natural a rec�proca em rela��o � minha pessoa."
O governador diz que defendeu a governabilidade "porque o Pa�s n�o pode parar". "As generaliza��es em nada contribuem."