Nova York e S�o Paulo, 24 - A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor's (S&P), Lisa Schineller, afirmou em teleconfer�ncia nesta ter�a-feira, 24, que o Brasil est� enfrentando um ano extremamente desafiador, tanto na pol�tica como na economia e os �ltimos indicadores t�m evidenciado este ambiente, como a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff. A avalia��o da ag�ncia de classifica��o de risco, por�m, � que a piora do Pa�s ser� tempor�ria, na medida em que o ajuste na economia seja mantido e executado pelo governo.
As corre��es em curso na economia "s�o amplas", e incluem v�rias medidas, com mudan�as em benef�cios sociais e cortes de gastos, frisou Lisa na teleconfer�ncia. "Algumas das quais precisam de aprova��o do Congresso, mas 80% podem ser gerenciadas pelo pr�prio Tesouro", ressaltou. "Ser� bastante desafiador, mas acreditamos que h� apoio (de Dilma Rousseff) para estas medidas. A chave ser� a articula��o futura com o Congresso."
A diretora da S&P frisou que, desde que a ag�ncia rebaixou o rating brasileiro em mar�o do ano passado, alguns componentes importantes que fazem parte da avalia��o de risco soberano do Pa�s pioraram. Ela citou os indicadores fiscais e o crescimento da economia. No lado fiscal, Lisa ressaltou que a deteriora��o dos indicadores no ano passado foi pior que o esperado, com o d�ficit do governo em 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB). "Esperamos que este d�ficit caia para a casa dos 5%, n�vel ainda elevado, e se movendo para um n�vel um pouco menor, por causa de algumas medidas do ajuste."
Ao mesmo tempo que ocorreu a piora de alguns indicadores, o governo passou a fazer um ajuste "significativo" nas pol�ticas fiscal e monet�ria, fator que n�o estava nas expectativas no cen�rio base tra�ado pela S&P quando rebaixou o Brasil em mar�o do ano passado para apenas um n�vel acima da nota grau de investimento. "A corre��o na pol�tica econ�mica em curso � chave e esperamos a execu��o das medidas ao longo do ano. Este � o fator principal porque reafirmamos o rating e mantivemos a perspectiva est�vel", afirmou Lisa hoje na teleconfer�ncia.
Segundo ela, normalmente a perspectiva est�vel para um rating BBB- significa que a nota voltaria a ser revista em um prazo de 18 a 24 meses, mas em fun��o da atual situa��o do Brasil esse per�odo deve ser menor. "Quando se pensa nos desafios do ambiente pol�tico, monitorar a execu��o do ajuste fiscal neste ano � essencial", afirmou.
Lisa frisou em diversos momentos que o Brasil est� crescendo muito pouco, deve ter contra��o este ano na atividade econ�mica, mas as coisas devem melhorar em 2016, por conta do ajuste. "Vemos estes movimentos de piora e assumimos que ser� tempor�rio e a corre��o na pol�tica econ�mica em curso ser� mantida, executada e levar� a uma melhora gradual ao longo do tempo", afirmou. No ajuste, al�m das medidas fiscais, ela frisou que as taxas de juros devem permanecer altas, para conter a infla��o.
Ao mesmo tempo, a diretora da S&P frisou que a din�mica da Petrobras � essencial para o rating soberano brasileiro e afirmou que a ag�ncia acredita que o "governo multo provavelmente daria suporte extraordin�rio � empresa", se preciso. "N�o est� no nosso cen�rio base que um apoio extraordin�rio a Petrobras � necess�rio", afirmou. Por�m, esse apoio do governo � Petrobras poderia pressionar as contas fiscais, ressaltou.