Bras�lia, 24 - O Minist�rio das Rela��es Exteriores (MRE) emitiu nota nesta ter�a-feira, 24, informando que o governo brasileiro tomou conhecimento, com surpresa, de mat�rias da imprensa que indicam que correspond�ncia eletr�nica relativa � candidatura do Embaixador Roberto Carvalho de Azev�do ao cargo de diretor-geral da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC) teria sido objeto de viola��o por parte do Governo da Nova Zel�ndia. As informa��es sobre a espionagem foram publicadas no �ltimo s�bado pelo jornal New Zeland Herald e pelo site americano The Intercept, com base em documentos vazados. Azev�do declarou que n�o estava ciente das revela��es.
Hoje, a nota do Itamaraty sobre a suposta viola��o de correspond�ncia eletr�nica relativa � candidatura brasileira � OMC cita, ainda, que "o governo brasileiro expressa sua determina��o de ver a quest�o devidamente esclarecida, no marco da amizade que sempre existiu nas rela��es entre os dois pa�ses". O texto destaca tamb�m que a embaixadora da Nova Zel�ndia foi chamada ontem ao Itamaraty pelo Secret�rio-Geral das Rela��es Exteriores, com a expectativa de que o Governo neozeland�s possa fornecer as explica��es necess�rias sobre o assunto.
A den�ncia divulgada aponta que Azev�do foi alvo de espionagem enquanto era candidato ao cargo de diretor-geral da OMC, posto que hoje ele ocupa. Usando tecnologia fornecida pelos EUA e num acordo com governos anglo-sax�es, a Nova Zel�ndia espionou os e-mails e tr�fego de internet do brasileiro em 2013, �s v�speras das elei��es em Genebra. H� poucas semanas, essas mesmas publica��es passaram a usar documentos fornecidos por Edward Snowden, o ex-funcion�rio da CIA, para revelar o papel da Nova Zel�ndia em opera��es de espionagem e na colabora��o com a Casa Branca.
Em 2013, a OMC passava por um de seus momentos mais cr�ticos e embarcou em uma disputa que envolvia nove candidatos a assumir sua dire��o, algo in�dito. O controle da entidade era considerado estrat�gico pelos pa�ses emergentes. Tim Groser, ministro do Com�rcio da Nova Zel�ndia, era um dos principais oponentes aos nomes lan�ados pelos emergentes e era apoiado pela Casa Branca.
O que as revela��es indicariam � que Groser recebeu tamb�m o apoio do servi�o secreto, mas acabou sendo derrotado pelo brasileiro na vota��o. Roberto Azev�do assumiu a dire��o geral da OMC no dia 1� de setembro de 2013 para um mandato de quatro anos.