Gra�a: Lula foi enf�tico sobre a necessidade de constru��o de refinarias

Bras�lia, 26 - A ex-presidente da Petrobr�s disse � CPI da Petrobras que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva era enf�tico sobre a necessidade de construir refinarias no Brasil.

"Ele deu v�rias broncas na diretoria da Petrobras, sempre empurrando a Petrobras para frente", desse. Ela afirmou que, em encontro com conselheiros da estatal, Lula destacou a import�ncia da constru��o do Complexo Petroqu�mico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), posteriormente aprovado pelo conselho.

Gra�a foi questionada pelo deputado Nilson Leit�o (PSDB-MT) se estaria encobrindo algu�m e se preferia o PT � Petrobras. Ela respondeu: "Mil vezes Petrobras, Petrobras, Petrobras". A gestora tamb�m afirmou n�o saber quem indicou Nestor Cerver�, Paulo Roberto Costa e Renato Duque para postos de comando na estatal. Ela disse ainda que nunca viu Jo�o Vaccari Neto, tesoureiro do PT, acusado de participar no esquema de desvios.

Sobre sua sa�da da estatal, Gra�a Foster ressaltou que n�o foi demitida, mas pediu demiss�o com outros colegas, que chamou de "meus diretores". " Meus diretores n�o est�o se defendendo ou fazendo dela��o premiada", justificou.

Segundo ela, o momento pedia a indica��o de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para a presid�ncia da Petrobras. "Tem horas que a Petrobras precisa de um economista, de um engenheiro. Tem horas que um financista � o nome do momento", avaliou. "Certamente, a Petrobras merecia um gestor muito melhor do que eu", disse Gra�a.

Governan�a

Gra�a disse que n�o acredita em governan�a perfeita. "Nossa governan�a precisava ser melhor", disse. Ela reafirmou que o sistema da Petrobras n�o detectou a��es externas � estatal e, por esse motivo, ela criou a diretoria de Governan�a e Compliance.

Sobre a transfer�ncia de bens para parentes, Gra�a afirmou que passou um apartamento no Rio de Janeiro para a filha, uma casa na Ilha do Governador para dois filhos, al�m de um apartamento em B�zios, que ainda at� em processo. Ela disse que mora em um apartamento no Rio de Janeiro e queria fazer uma divis�o entre os filhos. Ressaltou ainda, em depoimento � CPI da Petrobras, que as transfer�ncias come�aram em 2012.

Corrup��o

A ex-presidente da Petrobras disse Que n�o pode caracterizar a corrup��o como sist�mica e institucionalizada na companhia. Ela afirmou n�o poder fazer essa avalia��o porque n�o sabia dos fatos e s� teve informa��o quando foi deflagrada a opera��o Lava Jato.

Ela informou que uma investiga��o interna, com a participa��o duas empresas privadas independentes, est� em curso e levar� at� dois anos para ser conclu�da. A medida, segundo ela, foi uma exig�ncia da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers. "A partir da�, teremos mais informa��es para colaborar com a Pol�cia Federal e com os �rg�os de controle", disse.

Gra�a tamb�m afirmou que � a Petrobras quem paga a conta da corrup��o e do pagamento de propinas. Para ela, se uma empresa paga propina para fechar um contrato, esse valor ser� inclu�do no pr�ximo contrato.

"A empresa que pega sua margem e paga propina, na pr�xima licita��o que fizer, vai jogar isso no pre�o", afirmou, em depoimento � CPI da Petrobras.

A gestora afirmou que tem informa��es pela imprensa sobre o esquema de corrup��o. "O que eu tenho lido o ouvido � que essas pr�ticas eram intensas at� 2012 e que depois esse cartel se desfez", disse.

Lava Jato

Gra�a Foster disse que a opera��o Lava Jato muda a estatal para melhor. "N�o tenho d�vidas em rela��o ao bem que a opera��o Lava Jato j� vem causando na Petrobras", avaliou.

"N�o vamos esquecer nunca o ano de 2014", disse Gra�a, antes de afirmar que a opera��o da Pol�cia Federal � uma li��o que n�o deve ser esquecida. A gestora voltou a falar da compet�ncia t�cnica de Paulo Roberto Costa, Renato Duque e, especialmente, Pedro Barusco. "Eu tenho vergonha, muita vergonha", disse, se referindo ao envolvimento dos ex-colegas no esquema de corrup��o.