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Estado de Minas

Ex-gerente da Petrobras diz que assinou cheques de propina para senador do PT

Carlos Alberto Nogueira Ferreira disse que assinou dois cheques nominativos para as construtoras do cartel no valor total de R$ 14 milh�es destinados � campanha ao governo de Pernambuco do atual senador Humberto Costa (PT-PE)


postado em 27/03/2015 11:31 / atualizado em 27/03/2015 12:14

Senador Humberto Costa(foto: Waldemir Barreto/Agência Senado )
Senador Humberto Costa (foto: Waldemir Barreto/Ag�ncia Senado )
Um ex-gerente aposentado da Petrobras � um novo personagem das investiga��es da Opera��o Lava-Jato envolvendo o pagamento de propina para campanhas do PT. Em uma declara��o gravada no dia 15 de mar�o - durante os protestos contra a corrup��o e o governo Dilma Rousseff -, em Recife, Carlos Alberto Nogueira Ferreira afirmou que assinou dois cheques nominativos para as construtoras do cartel no valor total de R$ 14 milh�es destinados � campanha ao governo de Pernambuco, em 2006, do atual senador Humberto Costa (PT-PE).

"Assinei um cheque de R$ 6 milh�es nominativo a Schahin Construtora e outro cheque de R$ 8 milh�es nominativo a Odebrecht. Esses R$ 14 milh�es de reais em 2006 foram para a campanha do senhor Humberto Costa, candidato a governador de Pernambuco em 2006 e arrecadador financeiro do PT aqui", afirma Ferreira.

Ex-gerente da Petroqu�mica Suape, em Pernambuco - subsidi�ria da Petrobras, que fica ao lado da Refinaria Abreu e Lima -, Ferreira est� aposentado e foi subordinado a Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da estatal que virou pe�a central da Lava-Jato.

No v�deo que circulou na internet � partir do dia 16, Ferreira acusa ainda o empres�rio pernambucano M�rio Beltr�o de ser o PC Farias do senador petista - refer�ncia a Paulo C�sar Farias, piv� do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

"Quem recebeu o dinheiro em nome de Humberto Costa foi o senhor M�rio Beltr�o. Ele � o amigo de inf�ncia de Humberto Costa, arrecadador financeiro dele. � o PC Farias do senador Humberto Costa", afirma Ferreira.

As declara��es do ex-gerente v�o servir no inqu�rito aberto por determina��o do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar o recebimento de propina pelo senador, em sua campanha de 2010. Beltr�o tamb�m � alvo desse inqu�rito.

Delator. Em sua dela��o premiada, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa j� havia apontado o envolvimento do senador com propina proveniente da unidade.

Segundo ele, a campanha do senador em 2010 recebeu R$ 1 milh�o do esquema de propinas e corrup��o na Petrobras. O dinheiro foi solicitado pelo empres�rio M�rio Barbosa Beltr�o, amigo de inf�ncia do petista e presidente da Associa��o das Empresas do Estado de Pernambuco (Assimpra).

Paulo Roberto Costa afirmou que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP - Partido Progressista que tinha o controle pol�tico da diretoria Abastecimento da estatal. Segundo o delator, o PP decidiu que tinha que ajudar na candidatura de Humberto Costa, raz�o pela qual teria cedido parte de sua comiss�o. Paulo Roberto Costa afirmou ainda que, se n�o ajudasse, seria demitido.

Humberto Costa foi eleito em 2010, o primeiro senador pelo PT de Pernambuco. Antes, havia exercido cargo de secret�rio das Cidades de Pernambuco (2007 a 2010) no governo Eduardo Campos - depois de perder a disputa ao governo em 2006 - e foi ministro da Sa�de no primeiro mandato de Lula, de janeiro de 2003 a julho de 2005.

Rea��o

O senador Humberto Costa entrou no Tribunal de Justi�a de Pernambuco com um pedido para que o v�deo fosse retirado da internet.

A grava��o circulou na internet � partir do dia 16. " T�o logo tomou conhecimento, por meio de um v�deo, da acusa��o criminosa feita contra a honra dele durante um ato de rua, o senador Humberto Costa (PT-PE) determinou aos seus advogados que buscassem a identifica��o do autor e o interpelassem judicialmente", informou a assessoria de imprensa do senador.

"O senador n�o conhece e jamais viu o homem que fala no v�deo", diz a nota. O senador ressaltou ainda que "recebeu pouco mais de R$ 5 milh�es para custe�-la e que, desse total, n�o houve qualquer doa��o por parte das construtoras Odebrecht e Schahin, como consta da sua presta��o de contas, julgada e aprovada pela Justi�a Eleitoral".

A Schahin informou, por meio de nota, que "n�o tem conhecimento dos fatos mencionados".

A Odebrecht, tamb�m por nota, disse que "n�o comentar� ila��es levantadas de forma question�vel e sem qualquer fundamento".

M�rio Beltr�o n�o foi encontrado nesta quinta-feira, 26, para comentar o assunto. No ano passado, quando foi apontado pelo delator referente � campanha de 2010, o empres�rio informou que era "uma leviandade" a acusa��o.

"Eu sou um homem que preza a transpar�ncia e a honestidade. O dia em que eu mentir eu morro do cora��o. Humberto Costa � meu amigo de inf�ncia, mas nunca me pediu colabora��o de campanha." Ele afirmou que "jamais pediu um centavo para Paulo Roberto".

Humberto Costa

Por meio de sua assessoria de imprensa, o senador Humberto Costa negou qualquer irregularidade. Leia �ntegra da nota:

"T�o logo tomou conhecimento, por meio de um v�deo, da acusa��o criminosa feita contra a honra dele durante um ato de rua, o senador Humberto Costa (PT-PE) determinou aos seus advogados que buscassem a identifica��o do autor e o interpelassem judicialmente;

O senador n�o conhece e jamais viu o homem que fala no v�deo - gravado, reitere-se, no meio da rua, por n�o se sabe quem, com que interesse e em que condi��es;

Sobre a campanha ao Governo de Pernambuco, em 2006, o senador Humberto Costa - que n�o passou do 1º turno da disputa - ressalta que recebeu pouco mais de R$ 5 milh�es para custe�-la e que, desse total, n�o houve qualquer doa��o por parte das construtoras Odebrecht e Schahin, como consta da sua presta��o de contas, julgada e aprovada pela Justi�a Eleitoral;

Nesse sentido, o senador Humberto Costa repudia de forma veemente as acusa��es criminosas feitas contra ele e, da mesma forma que acionou a Justi�a para que elas sejam postas � prova ante as autoridades respons�veis, acredita que outras esferas de investiga��o poder�o ajudar na elucida��o dos fatos."


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