
O senador tucano A�cio Neves (SP) afirmou nesta sexta-feira durante uma palestra realizada em Lima, no Peru, que "o ciclo de governo do PT j� acabou, para a felicidade dos brasileiros". O parlamentar foi convidado a falar sobre a crise no Brasil durante o Semin�rio Internacional Am�rica Latina: Desafios e Oportunidades, organizado pela Funda��o Internacional para a Liberdade (FIL).
Abrindo os debates do dia, o escritor peruano �lvaro Vargas Llosa - filho do presidente da FIL e pr�mio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa - pediu a A�cio que explicasse "o mist�rio desse Brasil que n�o termina de decolar e que todos os latino-americanos precisamos que decole para que se torne a pot�ncia da regi�o, como uma Alemanha".
O brasileiro afirmou que um dos pontos centrais da crise � a centraliza��o de poder adotada pelo PT, aprofundando o que A�cio chamou de um "presidencialismo imperial". A derrubada da cl�usula de barreira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2006, foi apontada como outro ingrediente do problema pol�tico-partid�rio. Para o opositor, os poucos partidos ainda representativos est�o sendo atropelados pelas legendas criadas exclusivamente com os objetivos de embolsar o Fundo Partid�rio e leiloar tempo de TV nos processos eleitorais. "Podemos chegar � elei��o de 2018 com 40 partidos."
O senador mencionou a pesquisa CNT/MDA que mostrou 59% de eleitores apoiando um impeachment de Dilma. "N�o � apenas o eleitorado que j� se manifestou (nas urnas)", afirmou. "O que existe no Brasil n�o � apenas uma indigna��o com os enormes casos de corrup��o que t�m aparecido. H� hoje, no Brasil, um sentimento que permeia a sociedade de engodo. Os brasileiros se sentem enganados."
Apesar de classificar a crise como grav�ssima, A�cio elogiou o ministro Joaquim Levy, em quem reconhece m�ritos, mas enxerga pouca margem de manobra. "� um t�cnico extremamente competente, mas est� longe de ter a autonomia para fazer a reforma estruturante que o Brasil precisa."
Em outro tema do encontro, a rela��o com a Venezuela, o tucano acusou o governo de ser c�mplice da escalada de repress�o adotada por Nicol�s Maduro contra opositores e manifestantes. "(�) Uma das mais dram�ticas consequ�ncia dos equ�vocos do governo do PT se d� na pol�tica externa."