
Bras�lia – A escolha do professor de filosofia da USP Renato Janine Ribeiro para o Minist�rio da Educa��o provocou certo mal-estar entre setores da base aliada no Congresso. Tudo porque o novo ministro, em entrevistas concedidas semanas antes, falou abertamente sobre os futuros colegas de minist�rio; sobre os presidentes da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); e at� sobre a presidente Dilma Rousseff e o PT. Considerado uma voz cr�tica no debate pol�tico brasileiro, Roberto Janine decidiu se afastar das entrevistas durante um tempo – at� que possa estudar as quest�es que envolvem o Minist�rio da Educa��o, pasta com o segundo maior or�amento da Esplanada.
“Na quinta-feira recebi uma liga��o do ministro Aloizio Mercadante, me convidando a ir a Bras�lia para vermos a possibilidade de eu ocupar este cargo. Aceitei. (...) Fui recebido por ele e pela presidente, com quem tive longa conversa. Depois, fui ao MEC, onde o secret�rio-executivo, que permanecer�, me fez um briefing inicial de um dos minist�rios maiores, mais complexos e mais ricos da Esplanada”, escreveu o futuro ministro numa rede social, referindo-se ao secret�rio Luiz Cl�udio Costa. Ao agradecer �s mensagens de apoio recebidas durante a noite, Janine afirmou que espera que “a educa��o constitua um destes pontos que permitam unir o pa�s, gente de um lado ou de outro, mas que sabe que sem educar n�o se avan�a”. Disse ainda que s� voltar� a dar entrevistas a partir de 6 de abril, quando tomar� posse.
CR�TICAS Em meados deste m�s, Janine disse em entrevista � revista Brasileiros que o governo Dilma Rousseff tem uma concep��o “muito inquietante”. “�, no limite, autorit�ria. Adota as medidas que precisam ser adotadas, mas n�o explica. E n�o explica por que prometeu fazer uma coisa e est� fazendo o contr�rio.” O novo ministro tamb�m n�o evitou dar patadas nos presidentes da C�mara e do Senado. “Eles s�o muito diferentes entre si. Renan (Calheiros) � habilidoso. Cunha � brutal”, disse, em entrevista ao jornal O Globo, publicada h� cerca de duas semanas. Cr�ticas dirigidas aos parlamentares foram a causa da queda do antecessor na Educa��o, Cid Gomes (Pros).
Sobre os futuros colegas de minist�rio, Janine n�o foi menos certeiro. Com exce��o de Joaquim Levy, da Fazenda (“quase uma interven��o tucana na economia”) e de Juca Ferreira, da Cultura (que “maneja um or�amento pequeno”), todos os demais seriam submissos. “Os outros ministros correm o risco de ter a orelha puxada o tempo todo. O que torna dif�cil para eles irem a p�blico. V�o defender o qu�? De repente, muda tudo. Defendem o governo e recebem uma corre��o de cima”, disse ele sobre o estilo da presidente Dilma, na mesma entrevista � Brasileiros.